Saiba como funciona a divisão da Biblioteca Nacional que abriga o maior acervo de música da América Latina.
Criada em 1952, pela bibliotecária Mercedes Reis Pequeno, a Divisão de Música e Arquivo Sonoro (Dimas) da Biblioteca Nacional reúne 250 mil peças, entre periódicos, partituras, discos, CDs, cartazes, instrumentos musicais e diversos materiais relacionados à produção musical e discográfica do país.
Acervo formado, inicialmente, pelas coleções Real Biblioteca e D. Thereza Christina Maria – com primeiras edições de Haydn, Mozart, Beethoven e outros compositores dos séculos XVIII e XIX, a Divisão dedica, atualmente, especial atenção à coleção de música brasileira, constituída por obras de grandes compositores, como Carlos Gomes, Alberto Nepomuceno, Villa-Lobos, Padre José Maurício, Francisco Mignone, Lorenzo Fernandes, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Sinhô, Donga, Noel Rosa, Pixinguinha e Tom Jobim.
A coleção de discos contém 30 mil peças – CDs, discos de 78 rpm e 33 rpm, fitas cassete e de rolo – com gravações nacionais e estrangeiras de compositores eruditos e populares.
Entre e ouça
A grande diferença entre a Divisão de Música e as outras áreas de pesquisa da Biblioteca Nacional está no tipo de consulta: além da pesquisa de impressos, ali é possível ouvir as gravações.
A “Música”, como é mais conhecida, é um dos setores da Fundação Biblioteca Nacional que funcionam fora do prédio sede da BN: fica no Centro do Rio de Janeiro, em um prédio histórico: no 3º andar do Palácio Gustavo Capanema.
Além das peças em exposição permanente, há sempre uma pequena mostra de obras do acervo, exibida durante uma efeméride da área. “Atualmente, estamos homenageando o centenário de nascimento do compositor Herivelto Martins”, diz Elizete Higino, chefe do setor.
Funcionária da Biblioteca Nacional há 28 anos, Elizete, bibliotecária com formação em piano, lembra das preciosidades que compoem o acervo da Música: “Villa-Lobos, Mignone e Guerra-Peixe estão entre os nomes mais procurados pelos usuários”, diz.
As peças que os pesquisadores mais pedem para ouvir são CDs de 78 rotações, integrantes do projeto Passado Musical, que há alguns anos transferiu o conteúdo de discos para formatos digitais. Os mais antigos são dos anos 1900.
“É possível fazer reprodução de peças do acervo que estejam em domínio público, através de cópias em microfilme ou formato digital”, explica Elizete. “No caso de obras com direitos reservados, a reprodução deve ser autorizada pelo autor e/ou seus herdeiros”.
Partituras com as obras completas de Bach, Carlos Gomes e outros compositores estão disponíveis para consulta do público, mas você também pode dar uma passadinha só pra ler um livro sobre os Beatles, consultar obras de referência da área, botar o fone pra ouvir modinhas do início do século passado e curtir o vento fresco que sobra pelas janelas gigantescas do Capanema, de tardinha. Visite!
Divisão de Música e Arquivo Sonoro da Biblioteca Nacional
Palácio Capanema, 3º andar
Rua da Imprensa, 16
Centro – Rio de Janeiro
Segunda a sexta, 10h às 18h
informações: dimas@bn.br
fevereiro 8, 2012 às 20:18 |
Reblogged this on Lanchinho da Meia-Noite.
fevereiro 10, 2012 às 21:55 |
Excelente matéria, tive a oportunidade de ser estagiário dessa divisão quando estava cursando a graduação de Biblioteconomia da Unirio. Aprendi muito com todos os profissionais dessa divisão e principalmente com a Elizete Higino. Fico feliz em ver a divisão e suas preciosidades da música. Parabéns pela matéria.
fevereiro 10, 2012 às 23:33 |
Muito bom que essa obra de valor inestimável, esteja a disposição do público.
fevereiro 11, 2012 às 11:29 |
Obrigada Elizete por me apresentar este lindo blog, adorei conhecer a BN. Um trabalho lindíssmo e importante para todos, sobretudo para os apreciadores de música. Parabéns Elizete e equipe!
Um abraço da Cristina da Aquashape.
fevereiro 13, 2012 às 11:59 |
Me sinto tão longe de tudo isso….Morar no Centro-Oeste deixa a gente um pouco deslocada dessas coisas boas!!!!
fevereiro 14, 2012 às 19:50 |
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