Durante os lançamentos do romance K. e da coletânea de contos, Você Vai Voltar Pra Mim, de Bernardo Kucinski, Renato Lessa, presidente da Fundação Biblioteca Nacional, abriu a conversa com o autor, através da leitura do posfácio que escrevera anteriormente para o romance do escritor paulista.
Após ouvir as observações de Renato a respeito de sua obra, Kucinsk surpreendeu-se com as questões levantadas por Renato que nem ele percebera na composição do romance, que segundo Kucinski, foi “um livro único. Eu pari o livro”.
O autor também teceu as principais diferenças entre suas duas obras; revelando a escrita visceral de K., ao passo que em seu livro de contos, Você Vai Voltar Pra Mim, tomou para si, o oficio de escritor, a técnica, inclusive frequentado as reuniões da Comissão da Verdade de São Paulo durante a elaboração dos contos.
Kucinski credita o sucesso de K., inclusive fora do Brasil, sendo traduzido para outros idiomas como inglês, italiano e espanhol, a iniciativa de tradutores de médias e tradicionais editoras, encantados pelo romance, do que propriamente ao marketing. Já Você Vai Voltar Pra Mim, segundo o autor, pode ser uma porta de entrada para a juventude atual se inteirar do período da ditadura – retratada nos dois livros – devido ao seu caráter menos abstrato, em comparação ao romance.
Durante a conversa, o escritor falou um pouco da atuação no movimento sionista socialista, da juventude na São Paulo dos anos cinquenta e da vida que levou quando moço em Israel. Também contou um pouco sobre seu processo criativo, da influência das histórias do pai em sua escrita e de como reserva as manhãs para escrever. Kucinski questionou a ausência de uma literatura da ditadura, afirmando que muito do que se legou de escrito dessa época está em biografias, relatos factuais de muitos envolvidos, presos e torturados.
Bernardo Kucinski nasceu em São Paulo e além de jornalista é cientista político e físico. Esse ano K. e Você Vai Voltar Pra Mim foram lançados pela Cosac Naify, na última segunda-feira, 10, em uma cerimônia no auditório Machado de Assis, na Fundação Biblioteca Nacional.
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