Antônio Carlos Gomes nasceu em Campinas dia 11 de junho de 1836 e faleceu em Belém em 16 de setembro de 1896.
Sua morte provocou uma verdadeira comoção nacional e foi assim narrada na primeira página do jornal “A Notícia” do dia 18 de setembro de 1896:
“Morreu Carlos Gomes!
Esta notícia, correndo de boca em boca, produziu a mais funda impressão e repercutiu dolorosamente no coração de todos os brasileiros.
A morte de um homem causa sempre tristeza; mas, quando esse homem tem nome Carlos Gomes, quando elle é a glória artistica de um paiz inteiro, quando a sua vida passou-se entre louros e ovações, provocando o entusiasmo de um povo, recebendo as demonstrações mais grandiosas que é dado a um artista receber; essa morte, esse aniquilamento, deve causar fundo abalo, qual repentino cataclysmo, e, percorrendo de norte a sul immensa extensão d’esta nação, levar o luto, a tristez, a dôr por toda a parte onde passa.
O momento seria mal escolhido, quando sob dolorosa impressão d’essa morte, para analysar minunciosamente a obra de Carlos Gomes,. Obrigado pelo dever de sua profissão a transmitir sem demora as suas impressões ao leitor que, esse, não quer esperar, o jornalista tem ainda assim que resumir, pelo menos, a carreira do artista e dar, em traços largos, a feição de seu talento.
Carlos Gomes nasceu a 11 de junho de 1836, na cidade de Campinas, onde seu pae era mestre de uma banda de música. Educado n’essa atmosphera, alli escreveu as suas primeiras produções, cujos nomes ignoro; e depois partia para S. Paulo, onde compoz o hymno academico.
Mais tarde veio para o Rio, e, aqui, quando se procurou crear uma opera nacional, escreveu duas operas, a Noite do Castello e Joanna de Flandres. A tentativa, como se sabe, mallogrou ao cabo de certo tempo, e Carlos Gomes partiu para Milão, inscrevendo-se no Conservatório d’essa cidade. O governo imperial, reconhecendo o talento nascente do nosso compositor, tinha-lhe concedido um subsidio de quatro annos.
Em 1866 sahia do Conservatório e escrevia a musica de duas revistas, Sesa minga e Nella Luna, produções que não podiam pelo seu caracter dar nome a um compositor. Mas, de repente, passando da sombra para a plena luz, Carlos Gomes via-se aclamado em toda a Italia e com o futuro garantido: o Guarany tinha sido representado… ”
Leia a matéria na integra:
http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=830380&PagFis=1952
Veja a partitura original do Guarany:
http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_musica/mas617609/mas617609.pdf
Escute a gravação do Guarany pela Grande Orchestra Symphonica de Milão:
http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_musica/pas_mus/1042447.mp3
Saiba mais sobre Carlos Gomes visitanto a Divisão de Música e Arquivo Sonoro da Biblioteca Nacional:
http://www.bn.br/acervo/musica-arquivo-sonoro
Tags: Biblioteca Nacional, Carlos Gomes
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