A Série Documentos Literários, colaboração da Divisão de Manuscritos, apresenta a apreciação do escritor português Carlos Malheiro Dias acerca de “Baladilhas”, livro de contos do brasileiro Coelho Neto.
Autor de mais de 120 volumes e alcunhado “Príncipe dos Prosadores”, Henrique Maximiano Coelho Neto (Caxias, MA, 1864 – Rio de Janeiro, 1934) teve seus escritos difundidos em Portugal através da Editora Lello & Irmão, que também publicou, entre outros brasileiros, João do Rio, Euclides da Cunha e Sérgio Romero. A elaborada construção de sua prosa, aliada a descrições e ao uso de termos considerados exóticos, agradou bastante aos críticos portugueses.
Um de seus admiradores, e interlocutor frequente, foi o historiador, diplomata e ficcionista Carlos Malheiro Dias (Porto, 1875 – Lisboa, 1941). Aclamado pela crítica como “sucessor de Eça de Queirós”, era monarquista convicto (ao contrário do republicano Coelho Neto) e se tornou mais conservador à medida que envelhecia. Residiu no Brasil, escreveu para jornais brasileiros, como o “Correio Paulistano”, e ocupou cargos importantes nas associações das colônias portuguesas, tendo expressado, ao longo de toda a vida, o desejo de que o Brasil e Portugal permanecessem unidos.
A Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional abriga várias cartas de Carlos Malheiro Dias, a maior parte delas pertencente à Coleção Coelho Neto. O documento que apresentamos integra a Coleção Literatura. Nele, o escritor português (que se assina apenas como Carlos Dias) não poupa elogios a “Baladilhas”, livro publicado pela primeira vez no Brasil em 1894, no qual, segundo afirma, a Forma encerra a Ideia “como uma garra de ouro segurando um brilhante, como uma custódia argêntea, refulgindo de lascas preciosas e encerrando a hóstia, como um tabernáculo entalhado em cedro e guardando um sacrário”.
O documento está digitalizado e pode ser consultado através do link:
http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_manuscritos/mss_I_07_17_033/mss_I_07_17_033.pdf
Deixe um comentário