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FBN | Série Documentos Literários – De escritor para editor: carta de Coelho Neto a Gelormini

abril 7, 2017

A Série Documentos Literários, contribuição da Divisão de Manuscritos, apresenta uma carta do escritor Coelho Neto ao editor italiano Gelormini.

Henrique Maximiano Coelho Neto (1864 – 1934) foi um dos mais prolíficos escritores brasileiros de sua época. Além de romances, contos e discursos que compõem uma obra de mais de cem volumes, ele publicava artigos quase diariamente, sobre assuntos diversos, muitas vezes usando pseudônimos. E, embora seu estilo fosse considerado ultrapassado pelos críticos da Semana de Arte Moderna, ele continuou a produzir e a ter notoriedade, tanto que, em 1928, um concurso promovido pela revista “O Malho” o agraciou com o título de “Príncipe dos Prosadores”.

Como a maioria dos escritores, Coelho Neto mantinha uma intensa correspondência acerca de assuntos literários e de seu trabalho. Esta carta, datada de 29 de março de 1907, foi endereçada ao editor italiano F. L. Gelormini, a quem o escritor envia um número do jornal “Fanfulla” – publicado pela colônia italiana desde 1893, que desde 2014 existe apenas em formato digital –, um romance e dois livros de contos. Na carta, em que agradece o interesse de Gelormini em traduzir suas obras, Coelho Neto “quase garante” o sucesso junto ao público europeu, não pelo seu próprio mérito, mas “pelo que há de grandioso na paisagem, de esplêndido nos dias de sol, de augusto e sugestivo nos lugares magníficos”.

 

Nenhum texto alternativo automático disponível.

 

A carta pertence à Coleção Adir Guimarães, integrada, principalmente, por correspondência de escritores brasileiros. Está sob a guarda da Divisão de Manuscritos e pode ser consultada na BN Digital acessando o link:

http://objdigital.bn.br/acerv…/div_manuscritos/mss467147.pdf

Outro post sobre Coelho Neto da Série Documentos Literários:
https://blogdabn.wordpress.com/…/fbn-serie-documentos-lite…/

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FBN | Série Documentos Literários – Coelho Neto

setembro 9, 2016
Os pombos. Coelho Neto.

Os pombos.
Coelho Neto.

A Fundação Biblioteca Nacional inaugura uma nova série chamada “Documentos Literários”. Produzida pela Divisão de Manuscritos, a série tem como objetivo a divulgação de documentos ligados à literatura brasileira e mundial. A primeira postagem é sobre o manuscrito do conto “Os Pombos”, de Coelho Neto.

Filho do português Antônio Coelho e da descendente de índios Ana Silvestre, Henrique Maximiano Coelho Neto nasceu a 21 de fevereiro de 1864, em Caxias (MA). Tinha seis anos quando a família veio para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Pedro II e iniciou o curso de Medicina. Pouco depois, abandonou-o e entrou para a Faculdade de Direito, cursada parte no Recife – onde foi discípulo de Tobias Barreto – e parte em São Paulo, quando o futuro escritor já aderira com paixão aos ideais abolicionistas e republicanos.

De volta ao Rio, associado a um grupo do qual faziam parte Olavo Bilac, Luís Murat, Guimarães Passos e Paula Ney, Coelho Neto trabalhou com José do Patrocínio na campanha em favor da abolição. Pouco depois, tornou-se jornalista, e logo passaria a publicar seus primeiros trabalhos. Em 1890, casou-se com Maria Gabriela Brandão e foi nomeado para o cargo de secretário do governo do estado do Rio de Janeiro.  Foi também deputado federal pelo Maranhão, secretário geral da Liga de Defesa Nacional e membro do Conselho Consultivo do Teatro Municipal.

A par de todas essas atividades, Coelho Neto publicava seus trabalhos literários em diferentes periódicos, às vezes sob pseudônimos como Anselmo Ribas, Caliban, Ariel, Charles Rouget, Democ, N. Puck, Tartarin, Fur-Fur, Manés, entre outros. Durante anos foi o escritor mais lido do Brasil, com artigos que versavam sobre praticamente tudo: política, sociedade, moda, esporte.

Apesar de sua popularidade, Coelho Neto sofreu fortes críticas por parte de outros escritores, que o acusavam de escrever para a elite. Durante a Semana de Arte Moderna, em 1922, sua obra foi considerada datada, representante de um estilo literário antiquado e ideias ultrapassadas. Isso, porém, não o impediu de continuar produzindo e ganhando notoriedade. Tanto que, em 1928, um concurso realizado pela revista O Malho agraciou-o com o título de “Príncipe dos Prosadores Brasileiros”.

Coelho Neto faleceu no Rio de Janeiro, a 28 de novembro de 1934, tendo deixado uma obra composta por mais de 120 volumes publicados. Foi, além disso, autor de inúmeros contos, palestras, discursos e artigos que publicava quase diariamente.

O conto “Os Pombos” tem como protagonistas um casal de lavradores, Joana e Tibúrcio. Ambos estão imbuídos da crença local de que a migração dos pombos é um sinal de morte e desgraça, o que acaba se refletindo num trágico episódio de suas vidas.  É uma história dramática, com traços psicológicos e sabor regionalista, considerada pelos críticos uma das melhores já escritas por Coelho Neto.

A primeira edição do conto é de 1911. O original, sem data, com assinatura e emendas feitas pelo autor, pertence à Coleção Literatura da Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional, que foi inteiramente digitalizada. As imagens estão disponíveis na BN Digital, e podem ser acessadas pelo link

Clique para acessar o mss_I_07_17_032.pdf

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