
Os pombos.
Coelho Neto.
A Fundação Biblioteca Nacional inaugura uma nova série chamada “Documentos Literários”. Produzida pela Divisão de Manuscritos, a série tem como objetivo a divulgação de documentos ligados à literatura brasileira e mundial. A primeira postagem é sobre o manuscrito do conto “Os Pombos”, de Coelho Neto.
Filho do português Antônio Coelho e da descendente de índios Ana Silvestre, Henrique Maximiano Coelho Neto nasceu a 21 de fevereiro de 1864, em Caxias (MA). Tinha seis anos quando a família veio para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Pedro II e iniciou o curso de Medicina. Pouco depois, abandonou-o e entrou para a Faculdade de Direito, cursada parte no Recife – onde foi discípulo de Tobias Barreto – e parte em São Paulo, quando o futuro escritor já aderira com paixão aos ideais abolicionistas e republicanos.
De volta ao Rio, associado a um grupo do qual faziam parte Olavo Bilac, Luís Murat, Guimarães Passos e Paula Ney, Coelho Neto trabalhou com José do Patrocínio na campanha em favor da abolição. Pouco depois, tornou-se jornalista, e logo passaria a publicar seus primeiros trabalhos. Em 1890, casou-se com Maria Gabriela Brandão e foi nomeado para o cargo de secretário do governo do estado do Rio de Janeiro. Foi também deputado federal pelo Maranhão, secretário geral da Liga de Defesa Nacional e membro do Conselho Consultivo do Teatro Municipal.
A par de todas essas atividades, Coelho Neto publicava seus trabalhos literários em diferentes periódicos, às vezes sob pseudônimos como Anselmo Ribas, Caliban, Ariel, Charles Rouget, Democ, N. Puck, Tartarin, Fur-Fur, Manés, entre outros. Durante anos foi o escritor mais lido do Brasil, com artigos que versavam sobre praticamente tudo: política, sociedade, moda, esporte.
Apesar de sua popularidade, Coelho Neto sofreu fortes críticas por parte de outros escritores, que o acusavam de escrever para a elite. Durante a Semana de Arte Moderna, em 1922, sua obra foi considerada datada, representante de um estilo literário antiquado e ideias ultrapassadas. Isso, porém, não o impediu de continuar produzindo e ganhando notoriedade. Tanto que, em 1928, um concurso realizado pela revista O Malho agraciou-o com o título de “Príncipe dos Prosadores Brasileiros”.
Coelho Neto faleceu no Rio de Janeiro, a 28 de novembro de 1934, tendo deixado uma obra composta por mais de 120 volumes publicados. Foi, além disso, autor de inúmeros contos, palestras, discursos e artigos que publicava quase diariamente.
O conto “Os Pombos” tem como protagonistas um casal de lavradores, Joana e Tibúrcio. Ambos estão imbuídos da crença local de que a migração dos pombos é um sinal de morte e desgraça, o que acaba se refletindo num trágico episódio de suas vidas. É uma história dramática, com traços psicológicos e sabor regionalista, considerada pelos críticos uma das melhores já escritas por Coelho Neto.
A primeira edição do conto é de 1911. O original, sem data, com assinatura e emendas feitas pelo autor, pertence à Coleção Literatura da Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional, que foi inteiramente digitalizada. As imagens estão disponíveis na BN Digital, e podem ser acessadas pelo link
Clique para acessar o mss_I_07_17_032.pdf
#FBNnamidia
#bibliotecanacional
#fundacaobibliotecanacional