
Machado de Assis aos 57 anos. 1896. [Acervo Iconográfico]
Curioso e amante dos livros desde muito cedo, Machado educou-se em escolas públicas e não frequentou universidades. Buscando deixar o subúrbio rural, ascender socialmente e desenvolver-se intelectualmente, o jovem pobre e negro passou a frequentar o centro da cidade, onde firmou amizades com Francisco de Paula Brito (que o apadrinhou e empregou em sua livraria e tipografia) e Manuel Antônio de Almeida (autor de Memórias de um Sargento de Milícias). Aos 17, estava empregado na Imprensa Nacional, de onde saiu para colaborar com jornais e dar início a uma bem sucedida carreira como funcionário público – chegaria a diretor-geral da Contabilidade no Ministério Federal da Indústria, Viação e Obras Públicas. Em 1869, conheceu Carolina Augusta Xavier de Novais, portuguesa e culta, com quem se casou e viveu uma vida conjugal harmônica e sem sobressaltos pelos próximos 35 anos. Juntos, moraram na Lapa, Catete e Largo do Machado, até se fixarem no bairro do Cosme Velho. Ao final da vida, em 1908, Machado de Assis teria a admiração quase unânime dos artistas e intelectuais brasileiros, o reconhecimento do público e a amizade pessoal de figuras como Joaquim Nabuco e o Visconde do Rio Branco.

Casa em que morou Machado de Assis no Cosme Velho [Acervo Iconográfico]
Se, por um lado, a obra de Machado foi geralmente objeto de reverência e admiração no Brasil e em Portugal ainda durante a vida do autor, a barreira da língua fez com que sua grandeza permanecesse desconhecida no restante do mundo. A divulgação de sua obra e as traduções, feitas, principalmente, nas últimas décadas do séc. XX, confirmaram em Machado um genial elaborador da prosa literária, cuja obra permanece revelando riquezas e influenciando escritores de outras gerações, culturas e línguas.
Como escreveu Antonio Candido:
“O fato de sua obra encontrar atualmente certo êxito no exterior parece mostrar a capacidade de sobreviver, isto é, de se adaptar ao espírito do tempo, significando alguma coisa para as gerações que leram Proust e Kafka, Faulkner e Camus, Joyce e Borges. (…) Na razão inversa de sua prosa elegante e discreta, do seu tom humorístico e ao mesmo tempo acadêmico, avultam para o leitor atento as mais desmedidas surpresas. A sua atualidade vem do encanto quase intemporal do seu estilo e desse universo oculto que sugere os abismos prezados pela literatura do século XX”. (“Esquema de Machado de Assis”, em Vários Escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1970).
Acesse a obra completa de Machado de Assis disponível para download: http://machado.mec.gov.br/
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