Posts Tagged ‘Mostras’

Mostra: EBAL (Editora Brasil-América Limitada)

setembro 11, 2017

A exposição sobre a EBAL, realizada pela Divisão de Manuscritos, ficará disponível até o fim do mês de outubro, no próprio setor (3º andar da Biblioteca Nacional). Esta pequena mostra reúne alguns documentos significativos e presta uma homenagem a Adolfo Aizen, que, em artigos e entrevistas, sempre defendeu a importância dos quadrinhos para a aquisição do prazer da leitura. Conheça um pouco mais nos visitando de segunda a sexta das 10 às 18h!

A EBAL – sigla pela qual ficou conhecida a Editora Brasil-América Limitada – foi uma das mais importantes editoras de quadrinhos do Brasil. Seu fundador foi Adolfo Aizen (Ekarerinoslav, Rússia, 1907 – Rio de Janeiro, 1945), que já tinha experiência à frente de editoras desde os anos 1930.

Em 1945, tendo como parceira a argentina Editorial Abril, Aizen fundou a EBAL, cujo primeiro título, Seleções Coloridas, teve apenas 17 edições. As revistas, impressas na Argentina, traziam histórias de personagens da Disney — incluindo as primeiras desenhadas por Carl Barks – e, a partir do n. 11, de personagens de outras empresas licenciadas pela Abril.

O primeiro título publicado pela EBAL sem a editora argentina foi a revista O Heroi, focado em histórias de aventura. Em novembro de 1947 foi lançado Superman, o título mais duradouro da editora com um único herói, publicado até 1983. Através da EBAL chegaram ao Brasil as publicações da Marvel e, mais tarde, da DC Comics. Além de traduzir os trabalhos de artistas estrangeiros, entre os quais Alex Raymond (Flash Gordon), Lee Falk (Fantasma) e Hal Foster (Príncipe Valente), a editora publicou nacionais, incluindo super-heróis como O Judoka (criado por Pedro Anísio e Eduardo Baron; durou 52 edições), versões quadrinizadas de clássicos da literatura e de episódios da história do Brasil.

Durante as décadas 1950-60, a EBAL liderou a publicação de quadrinhos no Brasil. Chegou a ter 50 títulos diferentes nas bancas e tiragens de 150 mil exemplares. Nos anos 1970, porém, acompanhando a queda na venda de quadrinhos em todo o mundo, iniciou-se um declínio que culminaria com a morte de Adolfo Aizen. A última publicação foi uma edição do Príncipe Valente, em 1995.

Nos anos 2000-2001, a Coleção EBAL foi doada à Biblioteca Nacional pelo filho de Adolfo Aizen, Naumim. O acervo foi distribuído entre as Divisões de Periódicos, Iconografia e Manuscritos.

 

Mostras de Janeiro da Fundação Biblioteca Nacional

janeiro 15, 2014

 

Lembranças Em Verso. Para comemorar os cem anos do nascimento de Vinicius de Moraes, através de versos de diversos autores e do próprio Vinicius de Moraes. Biblioteca Euclides da Cunha. Rua da Imprensa, 16. 4º andar. Seg. a sex das 9h30 às 17h30.

A Virtude: A Paz. Continuidade da mostra sobre Virtudes. Agora trazendo ao público o tema da Paz, oferecendo material de conteúdo literário e científico retratando desde a antiguidade. Salão de Obras Raras. Seg. a sex 10 às 17.

Os 500 anos de O Príncipe. Renato Lessa é autor de cinco páginas que norteiam ao visitante, questões já trabalhadas por Maquiavel em sua Obra Magna, tais como, complexidade política, cosmologia, fortuna e virtude. 3º Andar da Biblioteca Nacional. Seg. a sex 10 às 18| Sab. às 15

Mauá Trilhos e Progressos. Mostra revela documentos, entre eles, cartas trocadas entre o “empresário do Império” principalmente de cunho econômico. Inclui também um retrato pintado de autoria desconhecida. 3º Andar da Biblioteca Nacional. Seg. a sex 10 às 18| Sab. às 15.

Um Século de Moda nos Periódicos da Biblioteca Nacional. Evolução da imprensa de moda no que revelam as mudanças na silhueta feminina através do tempo, e a influência da imprensa especializada. 2º Andar da Biblioteca Nacional. Seg. a sex 10 às 18| Sab.  às 15

Fernando Tavares Sabino – 90 anos de nascimento. A Fundação Biblioteca Nacional realiza uma pequena exposição de capas que captura o fino senso de humor e pitoresco do autor de Encontro Marcado. 2º Andar da Biblioteca Nacional. Seg. a sex 10 às 18| Sab.  às 15

 

MOSTRAS DE JANEIRO FBN

janeiro 6, 2014

Imagem

Biblioteca Nacional exibe mostra de fotonovelas

março 24, 2012

Você sabe o nome de pelos menos três celebridades que apareceram nos musicais ao vivo que Jerry Adriani apresentava na TV Excelsior? E em que época Erasmo Carlos ostentou um garboso bigodinho? Isso foi mais ou menos quando um grande galã brasileiro – quem? – passou a representar o papel de Eduardo Braga, o James Bond brasileiro. E quanto ao casal-sensação Vanusa e Antônio Marcos?

Para os nascidos depois dos anos 1970 responder a essas perguntas pode ser realmente difícil. Já para os mais velhos, em especial se leitores das famosas fotonovelas desta mesma época, o parágrafo acima pode ter trazido à tona boas lembranças.

Hoje quase esquecidas, embora fenômeno de vendas no Brasil na década de 1970, as fotonovelas foram basicamente as sucessoras dos folhetins, romances publicados nos rodapés de jornais ou em seus suplementos. Os assim chamados “romances folhetinescos” destacavam quase sempre temas amorosos, fantásticos e dramáticos, muitas vezes voltados ao público feminino. Com o crescente interesse popular por imagens, estas narrativas passaram a ser desenvolvidas em sequências de imagens, formando assim o embrião das fotonovelas: folhetins ilustrados em quadrinhos. Tempos depois, o uso da fotografia reinventaria o gênero.

As fotonovelas surgiram na década de 1940, na Itália pós-Guerra, em revistas que publicavam adaptações de filmes para os quadrinhos. O sucesso da fotonovela foi, de fato, proporcionado pela popularização do cinema nesta época.

No Brasil, ente 1949 e 1980, cerca de trinta títulos de revistas de fotonovelas foram publicados. Destes, os maiores foram Grande Hotel, Sétimo Céu e Capricho – a mais vendida, com tiragens aproximadas de 400 mil exemplares por edição. Muitas destas revistas nada mais que republicavam fotonovelas produzidas na Itália para o público nacional, mas, a exemplo de Sétimo Céu, algumas se arriscaram a produzir suas próprias narrativas, “abrasileiradas”.

Já nos anos 1970 as fotonovelas nacionais flertavam com a televisão, emprestando seus atores e celebridades. Por volta de 1980, no entanto, as fotonovelas entraram em declínio, sobretudo por conta da popularização da televisão, que passava a ser o centro das atenções do grande público. Muitas publicações originalmente de fotonovela tiveram que se reinventar, passando a tratar da sucessora do gênero: a telenovela.

Com essa exposição, a Biblioteca Nacional busca reviver um pouco dos mais de trinta anos em que a fotonovela teve espaço na imprensa brasileira, além de repensar o papel do gênero frente à dramaturgia e a comunicação de massa nacionais. Tente achar aqui, a título de curiosidade, algumas importantes figuras da televisão e do cinema brasileiros – com algumas rugas a menos, é claro!

Coordenadoria de Publicações Seriadas da  Biblioteca Nacional

A Novela além do Horário Nobre
Documentos originais e reproduções das principais fotonovelas editadas entre as décadas de 1940 e 1970. Em exibição, revistas como Sétimo Céu, Grande Hotel, Encanto, Capricho e Contigo, que traziam em suas páginas histórias estreladas por Vera Fischer, Jerry Adriani, Agnaldo Rayol, Susana Vieira, e astros internacionais, como Sophia Loren e Clark Gable.

Biblioteca Nacional
Av. Rio Branco, 219, Centro, Rio de Janeiro
Segunda a sexta, 9h às 20h. Sábados, domingos e feriados, 12h às 17h. Entrada franca.

Baixe o catálogo da mostra Virtude da Caridade, em cartaz na Biblioteca Nacional

março 21, 2012

Já saiu o catálogo da mostra sobre a Virtude da Caridade, que a Divisão de Obras Raras da Biblioteca Nacional exibe até o dia 13 de abril. Ao pio leitor… A Virtude: Caridade é Amor abre a série de mostras que vão expor acervos sobre as Sete Virtudes, ao longo dos próximos meses, na Biblioteca Nacional.

Esta primeira Mostra revela parte da preciosa Coleção de Emblematas da Biblioteca Nacional, obras de caráter moral e pedagógico, estruturadas como manuais de conduta, fundamentadas na literatura clássica ou com abordagem religiosa. Ricamente ilustradas, as emblematas foram inspiradas nas mitologias, alcançando grande popularidade na Europa dos séculos XVI, XVII e XVIII.

Baixe aqui o catálogo da mostra

Leia também: Caridade é Amor: as Sete Virtudes ganham mostras na Biblioteca Nacional

Abaixo, detalhe de uma das obras em exibição, SYMBOLA et emblemata jussu atque auspiciis sacerrimae suae majestatis augustissimi ac serenissimi Imperatoris Moschoviae Magni Domini Czaris, et Magni Ducis Petri Alexeidis…, de 1705.

Os emblemas preconizam máximas sobre o amor:

– O Amor é eterno
– O Amor não dissimula
– O Amor reúne corações
– As brigas dos amantes renovam o Amor (verso de Terêncio, em Andria, 555)
– O Amor é o bom combate
– O Amor se constroi, pouco a pouco

Confira as atrações de março na Biblioteca Nacional

março 6, 2012

Programa não vai faltar! Confira aqui as atrações que a Biblioteca Nacional oferece ao público, durante o mês de março.Tem novidades, como as mostras sobre Fotonovelas e a exibição Ecos do Passado: a biodiversidade nos manuscritos da BN. Imperdível!

DIA DO BIBLIOTECÁRIO

Biblioteca Nacional faz festa no Dia do Bibliotecário – Uma programação que inclui palestras com especialistas da área e um sarau de poesia nos jardins da Biblioteca Nacional vai marcar o 12/03, data em que se comemora o Dia do Bibliotecário, na Fundação Biblioteca Nacional. Infelizmente, as inscrições acabaram muito rápido. Você pode conferir o que vai rolar aqui.

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A mulher eterna: a mulher dentro e fora do seu tempo
De 8 de março a 30 de abril
A trajetória da mulher na sociedade brasileira em 20 obras. Jornais do século XIX e clássicos da literatura ligados ao universo feminino estão entre os destaques da mostra. No 2º andar da Biblioteca Nacional (Avenida Rio Branco, 219. Centro. Rio de Janeiro-RJ). De segunda a sexta, de 9h às 20h. Sábados, domingos e feriados de 12h às 17h. Entrada franca.

HOMENAGEM

500 anos de Gerhard Mercator
Até 5 de abril
Mostra ilustra trajetória do pai da cartografia moderna. Mapas e atlas mostram a importância do trabalho do cartógrafo belga. Em exposição, peças dos séculos XVI e XVII. No 3º andar da Biblioteca Nacional (Avenida Rio Branco, 219. Centro. Rio de Janeiro-RJ). De segunda a sexta, de 10h às 17h. Entrada franca.

MOSTRAS
Durante todo o ano a Fundação Biblioteca Nacional procura realizar pequenas e breves mostras para expor ao público parte do seu acervo. Não são exposições elaboradas visualmente, mas sim com alta qualidade de pesquisa e informações, as vezes marcando uma efeméride importante, as vezes retratando uma personalidade ou uma coleção de livros, cartografias, imagens e raridades que fazem parte dos mais de nove milhões de itens, dessa que está entre as dez maiores bibliotecas nacionais do mundo.

Desenhar para sonhar: histórias em quadrinhos brasileiros
Até 16 de março
50 itens revelam panorama da cultura das histórias em quadrinhos no nosso país. Publicações como a revista “Tico-tico”, primeira do gênero no país, e trabalhos de grandes nomes, como Ziraldo e Maurício de Sousa, estão entre os destaques da mostra. No 2º andar da Biblioteca Nacional (Avenida Rio Branco, 219. Centro. Rio de Janeiro-RJ). De segunda a sexta, de 9h às 20h. Sábados, domingos e feriados de 12h às 17h. Entrada franca.

A arte em capa: 80 anos da Livraria José Olympio
Até 16 de março
Mostra reúne projetos gráficos desenvolvidos pela Livraria José Olympio Editora ao longo dos seus 80 anos de existência. Entre seus autores, grandes artistas, como Tomás Santa Rosa, Eugênio Hirsch e Ziraldo. No 3º andar da Biblioteca Nacional (Avenida Rio Branco, 219. Centro. Rio de Janeiro – RJ). De segunda a sexta, de 10h às 18h. Sábados, domingos e feriados, de 12h às 17h. Entrada franca.

Ao Pio Leitor… a Virtude
Até 13 de abril
20 itens reunidos para contar a história da mais nobres das virtudes. Ilustrações de autores do século XVII, como Raphael Custodis e Daniel Cramer são destaques. A mostra abre a série“Ao Pio Leitor… A Virtude”, que oferecerá sete eventos voltados para o tema. No 3º andar da Biblioteca Nacional (Avenida Rio Branco, 219. Centro. Rio de Janeiro-RJ). De segunda a sexta, de 10h às 17h. Entrada franca.
 
100 anos de Herivelto Martins
Até 30 de junho
A mostra reúne 29 peças, entre partituras, discos e fotografias para homenagear o músico, morto em 1992. Peças da fase do Trio de Ouro e canções ligadas aos problemas conjugais com a cantora Dalva de Oliveira estão entre os destaques da mostra. No 3º andar do Palácio Gustavo Capanema (Rua da Imprensa, 16. Centro. Rio de Janeiro – RJ). De segunda a sexta, de 10h às 17h 45. Entrada franca.

PRÓXIMAS ATRAÇÕES

Fotonovelas na Biblioteca Nacional
(A partir de 20 de março)
As principais fotonovelas editadas entre as décadas de 1940 e 1970 formam o conjunto de peças exposto. Revistas comoGrande Hotel, Capricho, Sétimo Céu e Killing estão na mostra. No 2º andar da Biblioteca Nacional (Avenida Rio Branco, 219. Centro. Rio de Janeiro-RJ). De segunda a sexta, de 9h às 20h. Sábados, domingos e feriados de 12h às 17h. Entrada franca.

Ecos do Passado: a biodiversidade nos manuscritos da BN
(A partir de 19 de março)
20 peças do vasto acervo da instituição sobre a fauna e a flora brasileira ao alcance do público. Obras de Freire Alemão, Frei Veloso e James Forbes estão entre os destaques. No 3º andar da Biblioteca Nacional (Avenida Rio Branco, 219. Centro. Rio de Janeiro-RJ). De segunda a sexta, de 10h às 17h. Entrada franca.

Catálogo da mostra Bíblias do Mundo já está disponível pra download

março 5, 2012

A mostra Bíblias do Mundo, que exibiu ao público exemplares raros das escrituras na Biblioteca Nacional, foi uma das exposições que, nos últimos anos, mais atraíram atenção de visitantes, pesquisadores e especialistas. A expo já acabou, mas você pode fazer download do catálogo, que traz curiosidades ótimas sobre o assunto, além de ser rico material de pesquisa.

Na imagem abaixo, detalhe de uma das peças da exposição: bíblia com tradução de Giovanni Diodati. A raridade do exemplar está no fato de ser a segunda edição da Bíblia de Diodati, revisada e com comentários. A primeira, de 1607, foi feita diretamente do hebraico e do grego. Esta versão, que possui carimbo da Real Biblioteca, da Família Real Portuguesa, reflete a teologia de Genebra, em puro estilo italiano, sem qualquer influência da teologia francesa, como era comum à época. O exemplar é de 1641.

Mercator: pai da cartografia moderna ganha mostra na Biblioteca Nacional

março 2, 2012

Mostra de mapas e atlas do século 17 na Biblioteca Nacional

A denominação de Atlas a um conjunto de cartas geográficas e a representação do globo terrestre em um plano retangular, como aprendemos nos primeiros anos de escola, se devem ao cartógrafo belga Gerhard Mercator (1512-1594).

Celebrando sua contribuição para o conhecimento humano e os 500 anos de seu nascimento, a Divisão de Cartografia da Biblioteca Nacional abre, no dia 05/03, mostra com obras do século 17, exibindo as inovações de Mercator, que ajudaram nas grandes navegações e aparecem ainda hoje em nossos mapas. Oportunidade única de conferir desenhos originais que fizeram parte de um dos períodos mais fantásticos da História. Entrada franca.

Divisão de Cartografia da Biblioteca Nacional
Avenida Rio Branco, 219, Centro – Rio de Janeiro
Segunda a sexta, 10h às 17h

Caridade é Amor: as Sete Virtudes ganham mostras na Biblioteca Nacional

fevereiro 28, 2012

“Ao Pio Leitor… A Virtude: Caridade é Amor”: mostra de livros raros na Biblioteca Nacional – 27 de fevereiro a 13 de abril de 2012

A Virtude da Caridade, considerada o fundamento de todas as virtudes e também denominada Amor, é tema de mostra na Biblioteca Nacional.

Complementando a série de sete exposições sobre os Pecados Capitais (“Ao Pio Leitor… o Pecado!”) desenvolvida entre dezembro de 2006 e junho de 2008, a Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional inaugura a primeira de uma série de mostras de livros raros sobre as Sete Virtudes.

Se o pecado sempre foi objeto do interesse e do cometimento humano e se, segundo Santo Agostinho, “o pecado torna os homens cúmplices uns dos outros”; a virtude, de acordo com Santo Tomás de Aquino, “é um hábito do bem”.

Se cada um dos Pecados está muito bem representado no acervo da Divisão de Obras Raras, em obras de múltiplos conteúdos, tanto literários quanto científicos, impressas desde o século XV; a busca pelas Virtudes é bem mais complexa, posto que o tema é recorrente e quase restrito ao universo da literatura religiosa e moralizante.

Assim como no caso dos Pecados, várias listas sobre as Virtudes surgiram desde a Antiguidade, com diversas ordenações atribuídas por filósofos e teólogos, assumindo terminologias como “dignidades” e “divinas perfeições”. Dessas listas, predominaram as classificações das quatro Virtudes Cardeais (Prudência, Fortaleza, Temperança e Justiça) – consideradas fundamentais, porque orientam a conduta a partir da disciplina dos desejos; e das três Virtudes Teologais (Fé, Esperança e Caridade)  – dons próprios da relação com Deus.

No entanto, uma lista de sete virtudes foi organizada em oposição aos sete pecados capitais por Prudêncio, em seu poema épico Psychomachia, onde estabeleceu uma batalha entre as virtudes e os vícios, obtendo grande popularidade na Idade Média – e esta é a lista eleita para orientar cada segmento de exposição de livros raros:

1 Humildade (x Orgulho),
2 Caridade/Amor (x Inveja),
3 Mansidão (x Ira),
4 Diligência (x Preguiça),
5 Generosidade (x Avareza),
6 Temperança (x Gula), e
7 Castidade (x Luxúria)

Este slideshow necessita de JavaScript.

Em seqüência livre, a Divisão de Obras Raras abrirá a série com a Virtude da Caridade – considerada o fundamento de todas as virtudes e também denominada Amor – o “amor a Deus, por amor dele e ao próximo por amor de Deus”, o amor que se doa sem esperar nada em troca e que, mesmo assim, permanece como “um nunca contentar-se de contente” e “um cuidar que se ganha em se perder”. Essa abordagem, bastante popularizada pelo grupo Legião Urbana na letra de Monte Castelo e eternizada no Soneto 81 das Rimas de Camões, foi consagrada por São Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade [amor…], não sou nada” (I Cor, 13, 1-2).

O emblema da Virtude, na obra Theatro moral de la vida humana, de Otto Van Veen (1701)

A imagem de abertura da série é o emblema da Virtude, com a Fortuna (sorte, destino) a seus pés, menosprezando as honras, as dignidades e as riquezas humanas, como indignas de sua majestosa generosidade. A Virtude está cercada por suas mais nobres espécies, que são a Piedade, a Justiça, a Prudência, a Fortaleza, a Magnanimidade e a Temperança – todas sob o ícone do Amor. A imagem, gravada em metal, compõe a obra Theatro moral de la vida humana, de Otto Van Veen, publicada em Anvers, 1701, um dos mais famosos livros de emblemas de todos os tempos.

Esta primeira Mostra revelará parte da preciosa Coleção de Emblematas da Biblioteca Nacional. As Emblematas são obras de caráter moral e pedagógico, estruturadas como manuais de conduta, fundamentadas na literatura clássica ou com abordagem religiosa – os autores de emblematas são, em geral, católicos, luteranos ou puritanos. Ricamente ilustradas, as emblematas foram inspiradas nas mitologias, alcançando grande popularidade na Europa dos séculos XVI, XVII e XVIII.

“Ao Pio Leitor… A Virtude: Caridade é Amor”: mostra de livros raros
27/02 a 13/04, na Divisão de Obras Raras da Biblioteca Nacional
Avenida Rio Branco, 219, 3º andar – Centro, Rio de Janeiro – RJ
De segunda a sexta, das 10h às 16h
Entrada Franca

Texto de Ana Virginia Pinheiro, bibliotecária chefe da Divisão de Obras Raras da Biblioteca Nacional

Agende-se! Confira as atrações culturais da Biblioteca Nacional

fevereiro 16, 2012

Cada visita à Biblioteca Nacional é sempre uma experiência nova. Ao longo do ano, os corredores exibem seleções especiais de obras do acervo, que são retiradas dos arquivos, estantes e cofres, para exibição ao público. As vitrines estão espalhadas pelo prédio sede, na Av. Rio Branco, ou em divisões da BN que ficam em outros edifícios do Rio de Janeiro. Confira as atrações:

Desenhar para sonhar: quadrinhos brasileiros: 45 itens do acervo da Biblioteca Nacional apresentam de forma leve e divertida um panorama da cultura das HQs no país. Mostra conta com exemplares da revista Tico-tico, de 1905, e obras de grandes nomes como Ziraldo e Maurício de Souza. No 2º andar da Biblioteca Nacional (Avenida Rio Branco, 219. Centro. Rio de Janeiro). Segunda a sexta de 9h às 20h. Sábados e domingos das 12h às 17h. Entrada franca. Saiba mais

Manuel Antonio de Almeida: Homenagem aos 180 anos de nascimento e 150 de morte do autor de Memórias de um sargento de Milícias. A mostra reúne peças ligadas à vida e obra do escritor. Em seu único livro, ele se revela um homem bem à frente de seu tempo. No 2º andar da Biblioteca Nacional (Avenida Rio Branco, 219. Centro. Rio de Janeiro). De segunda à sexta das 9h às 20h. Sábados, domingos e feriados das 12h às 17h. Entrada franca.

Virtude da Caridade (a partir de 27 de fevereiro): Interpretada como o Amor nos textos bíblicos, a Caridade é tema da mostra do setor de Obras Raras da Biblioteca Nacional. O evento é o primeiro da série Ao pio Leitor… a Virtude, que contará com sete exposições sobre as Virtudes. No 3º andar da Biblioteca Nacional (Avenida Rio Branco, 219. Centro. Rio de Janeiro). De segunda à sexta das 10h às 17h. Entrada franca.

A arte em capa: 80 anos da Livraria José Olympio: Reunião de projetos gráficos desenvolvidos pela Livraria José Olympio Editora ao longo dos seus 80 anos de existência. Entre as peças do acervo expostas, trabalhos de grandes artistas, como Tomás Santa Rosa, Poty Lazzarotto e Ziraldo. Segunda a sexta de 10h às 18h. Sábados e domingos das 12h às 17h. No 3º andar da Biblioteca Nacional (Avenida Rio Branco, 219. Centro. Rio de Janeiro – RJ). Entrada franca.

100 anos de Herivelto Martins: Em 2012, Herivelto Martins completaria 100 anos. Mostra na Divisão de Música e Arquivo Sonoro da Biblioteca Nacional reúne 29 peças do acervo da Biblioteca Nacional. Partituras, discos e fotografias contam a história do compositor. Segunda a sexta de 10h às 17h45. No 3º andar do Palácio Gustavo Capanema (Rua da Imprensa, 16. Centro. Rio de Janeiro). Entrada franca.

Visita Guiada
Serviço proporciona a oportunidade de visitar espaços nobres e apreciar a bela arquitetura do prédio-sede da Biblioteca Nacional. Todos os dias, às 13h, a visita é oferecida em inglês. Passeios especiais ou em grupo devem ser agendados com antecedência pelos telefones 2220-9484 e 3095-3881. Mais informações pelo e-mail: visiguia@bn.br . Segunda a sexta de 10h às 17h. Sábados, domingos e feriados  das 12h30 às 16h30. Entrada franca.