Autor do Prêmio Machado de Assis, de 2010, da Fundação Biblioteca Nacional, pelo romance Habitante Irreal, Paulo Scott, participou do seminário O Escritor e Seu Tradutor, ao lado de Daniel Hahn, realizado no Auditório Machado de Assis, mediado pela jornalista Rachel Bertol.
Organizado pelo Centro Internacional do Livro (CIL), o evento foi apresentado pela Coordenadora da Divisão, Moema Salgado, com tradução simultânea. Paulo Scott, Porto alegrense radicado no Rio de Janeiro, inicia o debate lendo um trecho de Habitante Irreal.
Em seguida, Daniel leu o mesmo trecho em inglês. Provocado por Rachel, o tradutor, e também escritor, é segundo Rachel, “importante divulgador da literatura brasileira”, revelou a complexidade da obra de Paulo, que considerou difícil e brilhante ao mesmo tempo: “ Uma novela brilhante”, afirma Daniel, que se afasta dos estereótipos brasileiros associados a futebol e carnaval.
Daniel prosseguiu o debate apontando os percalços em reconstruir as sentenças em inglês, as particularidades do português do sul, que o obrigou a recorrer ao autor inúmeras vezes para saber alguns termos e como as diferenças geográficas influenciam a compreensão do texto no idioma lusófono.
Paulo contou um pouco sobre sua trajetória como um dos membros da revista literária Granta, que carrega os expoentes da literatura brasileira contemporânea como João Paulo Cuenca, Ricardo Lísias e Daniel Galera. Paulo também falou de sua explosão e posterior adaptação para o cinema e teatro de Ainda Orangotangos, a pequena revolução editorial a qual fez parte, revelando a influência da linguagem jurídica em sua literatura, devido a sua formação em Direito. Sobre a importância da tradução, o autor afirma: “Tradução é em larga medida uma nova obra”,
Habitante Irreal foi contemplado pelo Programa de Apoio a Tradução, da Fundação Biblioteca Nacional.