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Documentos Literários | O Folclore nas Coleções da Divisão de Manuscritos

agosto 22, 2018

Em decreto de 1965, o Congresso Nacional instituiu o Dia do Folclore Brasileiro, comemorado a 22 de agosto. Por “folclore” entendem-se não apenas lendas e seres mitológicos, mas todo um conjunto de criações culturais referente a uma comunidade: danças, crenças, provérbios, adivinhas, festas populares, alimentos e medicina tradicional, entre várias manifestações.

O Brasil teve – e tem – inúmeros estudiosos que se distinguiram no campo do folclore, entre os quais o musicólogo Renato Almeida, os escritores Mário de Andrade e Marco Haurélio, a cantora Inezita Barroso (bibliotecária e doutora honoris causa em Folclore Brasileiro, que lecionou em Universidades) e aquele que é considerado o expoente máximo, Luís da Câmara Cascudo. Vários deles estão representados na Divisão de Manuscritos por meio de cartas, anotações e outros documentos.

Destacamos duas coleções cujos titulares foram eminentes folcloristas:

– A Coleção Nunes Pereira reúne cerca de 1430 documentos produzidos ou acumulados pelo veterinário e antropólogo Manuel Nunes Pereira (1893-1985), que viveu por muitos anos na região amazônica, entre os povos nativos, coletando informações sobre costumes, alimentação, imaginário. A coleção doada pelo titular inclui correspondência, pareceres, artigos, recortes de jornal, notas sobre etnologia.

– O Arquivo Arthur Ramos reúne cerca de 4.860 documentos produzidos ou acumulados pelo médico, etnólogo e professor Arthur Ramos (1903 – 1949): folhetos, recortes de jornal, anotações sobre psiquiatria, etnografia, folclore e ciências sociais, originais de artigos, fotografias, desenhos e uma extensa correspondência do titular e de terceiros. Em 2016, o Arquivo Arthur Ramos recebeu o diploma do programa Memória do Mundo da UNESCO, um reconhecimento do seu valor como patrimônio cultural.

Ambas as coleções podem ser consultadas na Divisão de Manuscritos. O Arquivo Arthur Ramos já está em boa parte disponível na BN Digital, proporcionando acesso remoto aos documentos textuais e ao valioso acervo fotográfico. Neste encontramos registros únicos de manifestações culturais nas décadas de 1930 e 1940, tais como as fotos do Carnaval baiano e dos artefatos aqui reproduzidos.

 

Para ter acesso ao acervo das coleções mencionadas acesse a BN Digital: http://bndigital.bn.gov.br/

Mostra: EBAL (Editora Brasil-América Limitada)

setembro 11, 2017

A exposição sobre a EBAL, realizada pela Divisão de Manuscritos, ficará disponível até o fim do mês de outubro, no próprio setor (3º andar da Biblioteca Nacional). Esta pequena mostra reúne alguns documentos significativos e presta uma homenagem a Adolfo Aizen, que, em artigos e entrevistas, sempre defendeu a importância dos quadrinhos para a aquisição do prazer da leitura. Conheça um pouco mais nos visitando de segunda a sexta das 10 às 18h!

A EBAL – sigla pela qual ficou conhecida a Editora Brasil-América Limitada – foi uma das mais importantes editoras de quadrinhos do Brasil. Seu fundador foi Adolfo Aizen (Ekarerinoslav, Rússia, 1907 – Rio de Janeiro, 1945), que já tinha experiência à frente de editoras desde os anos 1930.

Em 1945, tendo como parceira a argentina Editorial Abril, Aizen fundou a EBAL, cujo primeiro título, Seleções Coloridas, teve apenas 17 edições. As revistas, impressas na Argentina, traziam histórias de personagens da Disney — incluindo as primeiras desenhadas por Carl Barks – e, a partir do n. 11, de personagens de outras empresas licenciadas pela Abril.

O primeiro título publicado pela EBAL sem a editora argentina foi a revista O Heroi, focado em histórias de aventura. Em novembro de 1947 foi lançado Superman, o título mais duradouro da editora com um único herói, publicado até 1983. Através da EBAL chegaram ao Brasil as publicações da Marvel e, mais tarde, da DC Comics. Além de traduzir os trabalhos de artistas estrangeiros, entre os quais Alex Raymond (Flash Gordon), Lee Falk (Fantasma) e Hal Foster (Príncipe Valente), a editora publicou nacionais, incluindo super-heróis como O Judoka (criado por Pedro Anísio e Eduardo Baron; durou 52 edições), versões quadrinizadas de clássicos da literatura e de episódios da história do Brasil.

Durante as décadas 1950-60, a EBAL liderou a publicação de quadrinhos no Brasil. Chegou a ter 50 títulos diferentes nas bancas e tiragens de 150 mil exemplares. Nos anos 1970, porém, acompanhando a queda na venda de quadrinhos em todo o mundo, iniciou-se um declínio que culminaria com a morte de Adolfo Aizen. A última publicação foi uma edição do Príncipe Valente, em 1995.

Nos anos 2000-2001, a Coleção EBAL foi doada à Biblioteca Nacional pelo filho de Adolfo Aizen, Naumim. O acervo foi distribuído entre as Divisões de Periódicos, Iconografia e Manuscritos.

 

FBN | 11 de agosto de 1827: instalação dos primeiros cursos jurídicos no Brasil

agosto 11, 2017

Há 190 anos, o imperador Pedro I instalou os cursos de Direito da Faculdade de Direito do Recife e da Faculdade de Direito de São Paulo. Até então, a maioria dos bacharéis em direito, juristas e advogados no Brasil era formada pela Universidade de Coimbra, em Portugal.

faculdade de direito de são paulo

Fotografia de Jean Georges Renouleau. Faculdade de Direito de São Paulo, 1880? [Acervo Iconográfico]

A Faculdade de Direito do Recife teve como sua primeira sede o Mosteiro de São Bento, em Olinda. Em 1854, foi transferida para a Capital do Estado, incorporando-se à Universidade do Recife em 1946, ano de surgimento da Universidade Federal de Pernambuco.

Já a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, instalou-se no Largo de São Francisco, no antigo convento do século XVI e cujas respectivas igrejas ainda existem. Na década de 1930, foi construído um novo edifício para a universidade. O prédio, hoje tombado como patrimônio histórico do Estado de São Paulo, abriga importante acervo cultural. (Fontes: CCJ da UFPE e Faculdade de Direito da USP)

Em homenagem a esse dia, A Fundação Biblioteca Nacional divulga a disponibilidade, em seu Acervo Digital, de fotografias do antigo prédio da Faculdade de Direito de São Paulo. Você pode pesquisá-las através do link: http://bndigital.bn.gov.br/acervodigital

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FBN I 14 de junho de 1919 – Nasce Linda Batista

junho 14, 2017
Jornal A Noite - 03/01/1941

Jornal A Noite – 03/01/1941

Conhecida pela dupla que formava com a irmã, Dircinha Batista, Florinda Grandino de Oliveira, ou simplesmente Linda Batista como era conhecida,  nasceu em São Paulo no dia 14 de junho de 1919 e faleceu no Rio de Janeiro em 17 de abril de 1988.

Cantora e atriz, em 1936 se destacou no rádio ao substituir a irmã no programa de Francisco Alves na Rádio Cajuti, sucesso que se repetiu no cinema onde participou, ao lado de Dircinha, do filme Alô, Alô, Carnaval.

Em 1937, foi eleita Rainha do Rádio, título que manteve até 1948.

Na BNDigital, é possível encontrar a gravação original de inúmeras músicas interpretadas por Linda,   cada uma delas com apenas 10 segundos de duração em respeito a legislação de direito autoral. Os discos completos podem ser ouvidos  na Divisão de Música e Arquivo Sonoro   da BN (DIMAS), que funciona de segunda a sexta  das 10 às 18 horas.

Clique e escute:

A mão de Peixe: http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_musica/pas_mus/1053693.mp3

A pátria está te chamando: http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_musica/pas_mus/1053686.mp3

Abre a porta São Pedro: http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_musica/pas_mus/1053626.mp3

Amor passageiro: http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_musica/pas_mus/1053665.mp3

Conheça um pouco mais da vida de Linda Batista consultando o jornal “A Noite” na Hemeroteca Digital Brasileira:

http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=348970_04&PagFis=6508

 

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FBN I 21 de Janeiro – Há 104 anos falecia Aluísio Azevedo

janeiro 21, 2017

Aluísio Azevedo (Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo), caricaturista, jornalista, romancista e diplomata, nasceu em São Luís, MA, em 14 de abril de 1857, e faleceu em Buenos Aires, Argentina, em 21 de janeiro de 1913.

 

 

aluisio-azevedo

 

Era filho do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo e de D. Emília Amália Pinto de Magalhães e irmão mais moço do comediógrafo Artur Azevedo. Sua mãe havia casado, aos 17 anos, com um comerciante português. O temperamento brutal do marido determinou o fim do casamento. Emília refugiou-se em casa de amigos, até conhecer o vice-cônsul de Portugal, o jovem viúvo David. Os dois passaram a viver juntos, sem contraírem segundas núpcias, o que à época foi considerado um escândalo na sociedade maranhense.

Da infância à adolescência, Aluísio estudou em São Luís e trabalhou como caixeiro e guarda-livros. Desde cedo revelou grande interesse pelo desenho e pela pintura, o que certamente o auxiliou na aquisição da técnica que empregará mais tarde ao caracterizar os personagens de seus romances. Em 1876, embarcou para o Rio de Janeiro, onde já se encontrava o irmão mais velho, Artur. Matriculou-se na Imperial Academia de Belas Artes, hoje Escola Nacional de Belas Artes. Para manter-se fazia caricaturas para os jornais da época, como O Fígaro, O Mequetrefe, Zig-Zag e A Semana Ilustrada. A partir desses “bonecos”, que conservava sobre a mesa de trabalho, escrevia cenas de romances.

A morte do pai, em 1878, obrigou-o a voltar a São Luís, para tomar conta da família. Ali começou a carreira de escritor, com a publicação, em 1879, do romance Uma lágrima de mulher, típico dramalhão romântico. Ajuda a lançar e colabora com o jornal anticlerical O Pensador, que defendia a abolição da escravatura, enquanto os padres mostravam-se contrários a ela. Em 1881, Aluísio lança O mulato, romance que causou escândalo entre a sociedade maranhense pela crua linguagem naturalista e pelo assunto tratado: o preconceito racial. O romance teve grande sucesso, foi bem recebido na Corte como exemplo de Naturalismo, e Aluísio pôde retornar para o Rio de Janeiro, embarcando em 7 de setembro de 1881, decidido a ganhar a vida como escritor.

Quase todos os jornais da época tinham folhetins, e foi num deles que Aluísio passou a publicar seus romances. A princípio, eram obras menores, escritas apenas para garantir a sua sobrevivência. Depois, surgiu nova preocupação no universo de Aluísio: a observação e análise dos agrupamentos humanos, a degradação das casas de pensão e sua exploração pelo imigrante, principalmente o português. Dessa preocupação resultariam duas de suas melhores obras: Casa de pensão (1884) e O cortiço (1890). De 1882 a 1895 escreveu sem interrupção romances, contos e crônicas, além de peças de teatro em colaboração com Artur de Azevedo e Emílio Rouède.

 

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Em 1895 ingressou na diplomacia, momento em que praticamente cessa sua atividade literária. O primeiro posto foi em Vigo, na Espanha. Depois serviu no Japão, na Argentina, na Inglaterra e na Itália. Passara a viver em companhia de D. Pastora Luquez, de nacionalidade argentina, junto com os dois filhos, Pastor e Zulema, por ele adotados. Em 1910, foi nomeado cônsul de 1ª. classe, sendo removido para Assunção. Buenos Aires foi seu último posto. Ali faleceu, aos 56 anos. Foi enterrado naquela cidade. Seis anos depois, por uma iniciativa de Coelho Neto, a urna funerária de Aluísio Azevedo chegou a São Luís, onde o escritor foi sepultado.

Fonte: Academia Brasileira de Letras

A Biblioteca Nacional homenageia Aluísio Azevedo disponibilizando para consulta um exemplar do primeiro milhar impresso de “O Cortiço”: http://objdigital.bn.br/…/div_obrasraras/or15820/or15820.pdf

Imagem disponível em:
http://objdigital.bn.br/…/div…/icon960829/icon960829_030.jpg

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FBN | Documento da Semana – 23 de outubro de 1853: nasce o historiador João Capistrano de Abreu.

outubro 23, 2016

capistrano

Nascido no Ceará, Capistrano foi um dos mais representativos historiadores brasileiros de sua época, tendo trabalhado na Biblioteca Nacional e, ainda, como professor do Colégio Pedro II. O historiador também foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, mas optou por não tomar posse. Morreu em 13 de agosto de 1927, aos 73 anos.

O documento é um retrato do historiador, de autoria anônima e ano impreciso, sabendo-se que é do século XIX.

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/icon1228130/icon1228130.htm

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FBN | Série Santos Dumont – O Homem do Dia

julho 22, 2016

Em continuação à série de publicações sobre o aeronauta e inventor brasileiro, a Fundação Biblioteca Nacional apresenta uma caricatura publicada no 52° n. da revista O Malho, do dia 12 de setembro de 1903.

 

O Homem do Dia. Revista "O Malho", n. 52. 12 de setembro de 1903. Autor: Kallisto.

O Homem do Dia.
Revista “O Malho”, n. 52. 12 de setembro de 1903.
Autor: Kallisto.

 

A Divisão de Iconografia da Biblioteca Nacional disponibiliza, para consulta, diversas imagens, gravuras e retratos relacionados à vida e à época de Santos Dumont. Para conhecer melhor a Divisão de Iconografia acesse: https://www.bn.br/explore/acervos/iconografia

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FBN I Série Periódicos Brasileiros – O Diário de S. Paulo (1865)

julho 11, 2016

Diário de S. Paulo

 

Fundado em São Paulo (SP) no início de agosto de 1865 por Pedro Alvim, que havia sido o primeiro redator do Correio Paulistano, Delfino Pinheiro Júnior e Henrique Schroeder, então dono da Typographia Alemã, o Diario de S. Paulo foi o primeiro órgão de imprensa ilustrado do jornalismo paulista, além de ter sido o segundo jornal de periodicidade diária a ser publicado naquela província.

Impresso pelo maquinário de Schroeder e tendo os outros dois proprietários como redatores, pendia politicamente à liberal, ao menos em seus primeiros momentos, e defendia a abolição da escravatura. Com o tempo, além de ter colocado em debate questões relativas à Guerra do Paraguai, explorou pautas como a instituição do federalismo no Brasil, a necessidade de uma reforma eleitoral e questões religiosas.

Continue lendo e acesse o acervo: http://bndigital.bn.br/artigos/diario-de-s-paulo-1865/

Saiba mais sobre o acervo de publicações seriadas da BN:

http://www.bn.br/acervo/periodicos

Acesse a Hemeroteca Digital Brasileira:

http://bndigital.bn.br/hemeroteca-digital/

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Acervo da BN nas primeiras exposições do MAR – Museu de Arte do Rio

março 5, 2013

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A Biblioteca Nacional (FBN/MinC) tem um forte histórico de integração com instituições culturais do Brasil e do Mundo. E não seria diferente com o mais novo espaço do Rio de Janeiro. O recém-inaugurado Museu de Arte do Rio – MAR, instituição inovadora, localizada na Praça Mauá, região portuária do Rio, tem entre as peças das suas primeiras exposições gravuras, fotografias, livros e até cartas de baralho que fazem parte do acervo da BN.

A fotografia “Rio de Janeiro e seus arredores, tomado do Palácio de São Cristóvão”, de 1830, e o “Souvenir do Centenário da Independência do Brasil”, de 1922, com 52 cartas de baralho com vistas da cidade, estão na exposição “Rio de Imagens: uma paisagem em construção”. A mostra também apresenta obras e documentos que retratam a capital fluminense a partir do imaginário de seus habitantes, visitantes e admiradores. São mais de quatro séculos, revelando como a cidade e sua história foram produzidas a partir da constante recriação, física e simbólica, de sua paisagem.

A primeira edição de “O Cortiço”, escrito por Aluísio Azevedo em 1890, livro que compõe o acervo de Obras Raras da Biblioteca Nacional, está na mostra “O Abrigo e o Terreno. Arte e Sociedade no Brasil [1]”, que traz à tona o direito à habitação e às políticas de usufruto do território, reunindo artistas e iniciativas que tratam das concepções da cidade e de forças que se aliam e se conflitam nas transformações sociais e culturais do espaço público/privado.

A coordenadora substituta de Acervos Especiais da Biblioteca Nacional, Mônica Carneiro, diz que essa é uma forma da BN dar as boas-vindas à mais nova instituição cultural do Brasil, reforçando a sua vocação de parceira e grande mantenedora de um dos mais ricos acervos do Brasil. “Instituições de cultura devem incentivar a criação de novos espaços culturais. A Biblioteca Nacional deve fazer seu papel, que é o de estimular iniciativas desse tipo”, afirma a bibliotecária.

O MAR está situado na Praça Mauá, coração da região portuária do Rio de Janeiro, em dois prédios de perfis heterogêneos: o Palacete Dom João VI, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, em estilo eclético, e o edifício vizinho, de estilo modernista – originalmente um terminal rodoviário. Os dois prédios serão unidos por meio de uma praça, uma passarela e cobertura em forma de onda.

Rio de Imagens: uma paisagem em construção e

O Abrigo e o Terreno. Arte e Sociedade no Brasil [1]

Local: Museu de Arte do Rio – MAR (Praça Mauá, s/n. Rio de Janeiro-RJ).

Data: A partir de 5/3/2013.

Horário de Visitação: Terça a Sexta: 10h às 17h/ Sábado, Domingos e Feriados: 10h às 17h.

Ingressos: R$ 8,00 | R$ 4,00 meia-entrada (estudantes de escolas particulares e universitários).

Gratuito para alunos e professores da rede pública (com identificação), pessoas com mais de 60 anos e membros do ICOM (Conselho Internacional de Museus) e profissionais de museus (com carteira do Comitê).

Gratuito às terças-feiras para o público em geral.

 

Biblioteca Nacional inaugura mostra sobre Herivelto Martins

fevereiro 2, 2012

A agenda cultural da Biblioteca Nacional, distribuída mensalmente aos visitantes da BN e turistas do Rio já está circulando. Se você mora longe do Rio de Janeiro, não tem problema, disponibilizamos o PDF da agenda aqui, pra todo mundo se programar para as atrações.

A agenda deste mês tem como destaque a mostra 100 anos de Herivelto Martins, em cartaz na Divisão de Música e Arquivo Sonoro. A Divisão fica no Palácio Capanema, pertinho do prédio sede da Biblioteca, Centro do Rio, e mostra ao público 29 peças do acervo, que ilustram um pouco da vida do cantor e compositor carioca. A entrada é franca.


Nascido em 30 de janeiro de 1912, em Rodeio, atual Paulo de Frontin, no Rio, Herivelto de Oliveira Martins morreu aos 80 anos, em 1992, deixando composições  que marcaram e muito a música brasileira. Autor de mais de cem sucessos, foi gravado por Carmen Miranda, Aracy de Almeida, Silvio Caldas, Nelson Gonçalves e muitos outros. Foi criador do primeiro trio vocal do Brasil, o Trio de Ouro, e responsável pelo lançamento de Dalva de Oliveira no universo musical.

Sua biografia é marcada por traços curiosíssimos, como o fato de ter sido assistente de Orson Welles, quando o astro de Hollywood passou por aqui para filmar “It’s all True”, e se consagrou como o compositor que mais escreveu sambas para a Estação Primeira de Mangueira.

Destaques do acervo

Um disco de 78 rotações de 1942 é um dos destaques da mostra. A gravação é de “Ave Maria no Morro”, maior sucesso do Trio de Ouro – formado por Herivelto, sua esposa Dalva de Oliveira e Nilo Chagas, em 1936. À época, a canção foi considerada uma heresia pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Sebastião Leme – que tentou proibi-la. Liberada graças a contatos do compositor no serviço de censura, a música acabou sendo incorporada aos trabalhos litúrgicos de missas do Brasil e da Europa, nos anos 1960, conta Ricardo Cravo-Albim em seu Dicionário de Música Brasileira.

Além de peças da época do primeiro e mais importante trio vocal da MPB, a mostra conta com partituras da dupla Preto & Branco – formada por Herivelto e Francisco Sena, em 1933.

Não poderiam faltar também lembranças da briga mais polêmica da história da nossa música, protagonizada por Dalva e Herivelto após a separação. No fim dos anos 1940, o litígio vendeu revistas e rendeu frutos musicais. Quase sempre auxiliado por David Nasser, Herivelto compôs canções nas quais explorava seus problemas conjugais. Do outro lado, compositores como Ataulfo Alves tomavam as dores de Dalva para criar seus sambas. O resultado foi uma batalha em forma de versos muito bem representada na mostra.

Até março, o público poderá visitar o passado – que estará exposto em letra e música na Biblioteca Nacional.

100 anos de Herivelto Martins
Divisão de Música e Arquivo Sonoro da Biblioteca Nacional
Rua da Imprensa, nº 16, 3ºandar – Centro, Rio de Janeiro – RJ
segunda a sexta, de 10h às 17h45
Entrada Franca

Com informações do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira