Documentos Literários |Exames Censórios do Conservatório Dramático

outubro 5, 2018

A Série Documentos Literários, contribuição da Divisão de Manuscritos, apresenta o Inventário Analítico da coleção de exames censórios do Conservatório Dramático Brasileiro.

 

conservatorio

 

O Conservatório existiu entre 1843 e 1864, como uma associação cujo objetivo era zelar pela qualidade (e pela moral e bons costumes) do que se apresentava nos palcos brasileiros. Entre seus pareceristas estava Machado de Assis, cujas apreciações foram reunidas num livro, também integrante da coleção. Era um crítico rigoroso, especialmente quando se tratava de uma produção escrita originalmente em português, pois, segundo afirmou num parecer,

 

Esta qualidade impõe à crítica mais severidade do que a costumada. Sou dos que pensam que a análise deve ser mais minuciosa, e porventura mais rigorosa com as composições nacionais. Só por este modo pode a reflexão instruir a inspiração.

 

Além dos pareceres, a coleção inclui correspondência, atas, relatórios e outros documentos, constituindo-se num precioso conjunto para quem se dispõe a estudar a história do teatro e, por abrangência, da arte no Brasil do século XIX, dentro de uma perspectiva social e política. Segundo Marco Lucchesi, os pareceres ecoavam os debates que aconteciam na Europa — assim traçando diretrizes para o que seria aprovado no Brasil e, pouco a pouco, serviria para promover lentas mudanças nos costumes e na dinâmica social.

A coleção foi toda microfilmada e digitalizada a partir do microfilme. O Inventário Analítico publicado em 2014 está disponível na BN Digital, no link

Clique para acessar o mss1415592.pdf

 

Documentos Literários | Fotos, política e cartas de amor: o Inventário Tobias Monteiro

setembro 28, 2018

 

A Série Documentos Literários, colaboração da Divisão de Manuscritos, apresenta o Inventário Analítico do Arquivo Tobias Monteiro, no qual são disponibilizados os registros de um dos mais importantes conjuntos documentais sob a guarda da Biblioteca Nacional.

Tobias Monteiro (Natal, 1866 – Petrópolis, 1952) foi um dos maiores historiadores brasileiros, além de político – foi senador pelo Rio Grande do Norte — e jornalista. Segundo José Murilo de Carvalho, foi seu trabalho de pesquisa, recolhendo depoimentos sobre a situação financeira do país, que fez Monteiro se interessar por História do Brasil. O arquivo inclui muitos documentos que serviram de base a seus livros sobre a Regência e o Segundo Reinado, além de outros produzidos pelo Barão de Penedo (que tratam de importantes questões políticas, como a Questão Christie, e religiosas, como o conflito do governo brasileiro com os bispos) e os arquivos do Duque de Caxias, do Marquês de Olinda e do Visconde do Uruguai, relevantes para a história diplomática dos países platinos.

 

tobias barreto

 

Outro destaque é o conjunto referente a D. Pedro II, que inclui 32 fotografias, entre as quais várias de personagens do Império, e correspondência original de membros da família imperial, tais como as cartas de amor de D. Pedro II para a Condessa de Barral e Eponina Otaviano.

 

inv, tobias barreto

 

Os documentos ainda não foram digitalizados, mas o Inventário, organizado pela curadora da Divisão de Manuscritos, Ana Lúcia Merege, está disponível pelo link da BN Digital http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_obrasgerais/bndigital0003.pdf.

FBN | Documentos Literários: La Stella Brasiliana – Valsa de Carlos Gomes dedicada à Princesa Isabel

setembro 14, 2018

A Série Documentos Literários, colaboração da Divisão de Manuscritos, apresenta uma partitura de Carlos Gomes, dedicada a Isabel, princesa do Brasil.

carlos gomes

Tido como o maior compositor brasileiro do século XIX, Antônio Carlos Gomes (Campinas, 11 de julho de 1836 – Belém, 16 de setembro de 1896) era filho do regente da banda de sua cidade, na qual deu seus primeiros passos na carreira musical. Compositor de polcas, quadrilhas e modinhas desde a adolescência, era entusiasmado pelas óperas italianas, e em 1861 teve a oportunidade de levar ao palco uma de sua própria autoria: “A Noite do Castelo”, que o tornou muito querido na Corte e atraiu a atenção de D. Pedro II.

Patrocinado pelo imperador, o compositor partiu para a Itália, onde estudou no Conservatório de Milão e escreveu sua ópera mais conhecida, “O Guarani”. Baseada no livro de José de Alencar, a ópera estreou em 1870, tanto na Itália como, meses depois, no Brasil. Na mesma década escreveu “Fosca”, “Salvator Rosa” e “Maria Tudor”.

Em 1888, Carlos Gomes compôs a ópera “O Escravo” (Lo Schiavo), que retoma o tema de “O Guarani” – a história se passa no século XVI e o escravo retratado não é africano, e sim um indígena. A ópera teve dificuldades para estrear na Itália, devido a problemas financeiros e desavenças quanto ao libreto. Ao saber disso, a Princesa Isabel abriu uma subscrição para arrecadar fundos a fim de que “O Escravo” viesse para o Brasil, onde a ópera acabou por ser apresentada em setembro de 1889.

carlos gomes partitura

Carlos Gomes ainda escreveria duas óperas, “Condor” e “Colombo”. Seus últimos anos foram, contudo, marcados pela doença e por várias decepções, inclusive a de, após a proclamação da República, ver partir para o exílio seus protetores e amigos, D. Pedro II e a Princesa Isabel.

A partitura que apresentamos, da valsa para pianoforte “La Stella Brasiliana”, foi escrita em 1867, quando Carlos Gomes residia em Milão. Foi dedicada à Princesa Hereditária do Brasil e Condessa d´Eu. O original se encontra na Divisão de Música e pode ser consultado pelo link da BN Digital.

Ouça um trecho do arquivo sonoro da ópera “O Guarani”, também da Divisão de Música.

Veja a litogravura datada de 1880, pertencente à Divisão de Iconografia.

Documentos Literários | Depoimentos sobre Câmara Cascudo

agosto 31, 2018

No mês do Folclore, a Série Documentos Literários, colaboração da Divisão de Manuscritos, homenageia Luís da Câmara Cascudo.

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Um dos maiores historiadores e pesquisadores de folclore do Brasil, Câmara Cascudo (Natal, 30/12/1898 – 30/7/1986) se formou na Faculdade de Direito de Recife, mas iniciou sua vida profissional como jornalista. Inicialmente voltado para a crítica e a ficção, já com algumas obras publicadas, o contato com os modernistas o levou a aprofundar seu interesse pelo folclore brasileiro, e assim surgiu seu primeiro livro nessa área, “Vaqueiros e Cantadores”, de 1939.

Desde então, Câmara Cascudo se firmou como grande conhecedor do saber popular e depositário da memória nacional. Fundou a Sociedade Brasileira de Folclore e publicou livros essenciais para os estudos nesse campo, tais como “Literatura Oral no Brasil”, “Contos Tradicionais do Brasil” e “Dicionário do Folclore Brasileiro”, publicado em 1954 e tido como sua obra mais importante. Rejeitava, porém, o título de folclorista; pedia que o chamassem de Professor, papel que desempenhou para mais de 2.000 alunos.

A obra que apresentamos é um folheto publicado em 1947, contendo depoimentos de amigos, colegas e alunos de Câmara Cascudo. Eles contam suas lembranças do Professor desde os tempos de menino, comentam sobre suas aulas e demais atividades e discorrem sobre seu trabalho, aproximando-o de outras manifestações artísticas, tais como a música, as artes plásticas e a literatura de ficção.

camara cascudo pesquisador

O folheto está na Divisão de Obras Gerais e pode ser consultado na BN Digital através do link http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_obrasgerais/drg35482/drg35482.pdf

Documentos Literários | O Folclore nas Coleções da Divisão de Manuscritos

agosto 22, 2018

Em decreto de 1965, o Congresso Nacional instituiu o Dia do Folclore Brasileiro, comemorado a 22 de agosto. Por “folclore” entendem-se não apenas lendas e seres mitológicos, mas todo um conjunto de criações culturais referente a uma comunidade: danças, crenças, provérbios, adivinhas, festas populares, alimentos e medicina tradicional, entre várias manifestações.

O Brasil teve – e tem – inúmeros estudiosos que se distinguiram no campo do folclore, entre os quais o musicólogo Renato Almeida, os escritores Mário de Andrade e Marco Haurélio, a cantora Inezita Barroso (bibliotecária e doutora honoris causa em Folclore Brasileiro, que lecionou em Universidades) e aquele que é considerado o expoente máximo, Luís da Câmara Cascudo. Vários deles estão representados na Divisão de Manuscritos por meio de cartas, anotações e outros documentos.

Destacamos duas coleções cujos titulares foram eminentes folcloristas:

– A Coleção Nunes Pereira reúne cerca de 1430 documentos produzidos ou acumulados pelo veterinário e antropólogo Manuel Nunes Pereira (1893-1985), que viveu por muitos anos na região amazônica, entre os povos nativos, coletando informações sobre costumes, alimentação, imaginário. A coleção doada pelo titular inclui correspondência, pareceres, artigos, recortes de jornal, notas sobre etnologia.

– O Arquivo Arthur Ramos reúne cerca de 4.860 documentos produzidos ou acumulados pelo médico, etnólogo e professor Arthur Ramos (1903 – 1949): folhetos, recortes de jornal, anotações sobre psiquiatria, etnografia, folclore e ciências sociais, originais de artigos, fotografias, desenhos e uma extensa correspondência do titular e de terceiros. Em 2016, o Arquivo Arthur Ramos recebeu o diploma do programa Memória do Mundo da UNESCO, um reconhecimento do seu valor como patrimônio cultural.

Ambas as coleções podem ser consultadas na Divisão de Manuscritos. O Arquivo Arthur Ramos já está em boa parte disponível na BN Digital, proporcionando acesso remoto aos documentos textuais e ao valioso acervo fotográfico. Neste encontramos registros únicos de manifestações culturais nas décadas de 1930 e 1940, tais como as fotos do Carnaval baiano e dos artefatos aqui reproduzidos.

 

Para ter acesso ao acervo das coleções mencionadas acesse a BN Digital: http://bndigital.bn.gov.br/

Documentos Literários | Um Depoimento de Carlos Drummond de Andrade

agosto 17, 2018

A Série Documentos Literários, colaboração da Divisão de Manuscritos, homenageia Carlos Drummond de Andrade no aniversário de sua morte.

Contista, cronista e sobretudo poeta, Drummond (Itabira, 31 de outubro de 1902 – Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) iniciou sua carreira literária divulgando o Modernismo, que influenciou, principalmente, seus primeiros trabalhos. Alguns estudiosos, contudo, não o consideram modernista, embora se aproxime dessa corrente tanto em estilo quanto nos temas abordados, frequentemente ligados ao cotidiano. Muitos de seus poemas traduzem inquietações frente ao mundo e ao desenrolar dos fatos: a guerra, a pobreza, a morte, a solidão.

Carlos Drummond de Andrade foi autor de dezenas de livros e coletâneas de prosa e poesia, tais como “A Rosa do Povo” (1945), “Contos de Aprendiz” (1951), “Boitempo” (1968) e “Amar se Aprende Amando” (1985), bem como de alguns livros infantis. Também exerceu a carreira de funcionário público durante a maior parte da vida, trabalhando ao lado do Ministro da Educação, Gustavo Capanema, durante a Era Vargas. Recebeu várias homenagens e prêmios literários, porém jamais concorreu à Academia Brasileira de Letras.

 

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O manuscrito original que apresentamos não é um poema, porém é igualmente precioso. Trata-se de um testemunho do autor a respeito de uma leitura que fez na adolescência: a dos poemas de “Eu”, de Augusto dos Anjos (1884-1914), poeta que Ferreira Gullar considera pré-modernista. No depoimento, escrito em 1984 – centenário de Augusto dos Anjos –, Carlos Drummond de Andrade discorre sobre um item fundamental de sua bagagem literária, deixando claro que ela se tornou parte de sua memória afetiva e, possivelmente, exerceu alguma influência sobre seus trabalhos. Revela-se, assim, o jovem leitor que um dia viria a ser um grande poeta.

O documento está sob a guarda da Divisão de Manuscritos e pode ser consultado através do link da BN Digital http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_manuscritos/mss_I_07_17_005C/mss_I_07_17_005C.pdf

Documentos Literários | Aniversário de Gonçalves Dias

agosto 10, 2018

A Série Documentos Literários, colaboração da Divisão de Manuscritos, homenageia o escritor Gonçalves Dias em seu aniversário.

Filho de um comerciante português e uma descendente de negros e indígenas, Antônio Gonçalves Dias (Caxias, MA, 10 de agosto de 1823 – Guimarães, MA, 3 de novembro de 1864) se formou em Direito na Universidade de Coimbra e participou de importantes grupos de estudos literários e historiográficos portugueses. Regressou ao Brasil em 1845, mas, antes disso, escreveu “Canção do Exílio”, o poema pelo qual se tornaria mais conhecido e que é considerado uma das primeiras manifestações do Romantismo brasileiro.

 

 

De volta à pátria, começou a lecionar no Colégio Pedro II e a atuar como jornalista — em 1849 foi um dos fundadores da revista “Guanabara”. Continuou a escrever poemas, alguns dos quais se tornaram famosos, como os poemas indigenistas “I-Juca Pirama”, publicado na obra “Últimos Cantos”, e “Os Timbiras”, publicado em 1857 pela editora alemã Brockhaus. Era também etnólogo, destacando-se por seus estudos linguísticos, e isso lhe valeu ser nomeado chefe da Seção Etnográfica e Narrativa da Comissão Científica de Exploração, organizada pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB. Com ela viajou entre 1859 e 1860 pelo Ceará, Pará e Amazonas.

Em 1864, ao regressar de um malsucedido tratamento de saúde na Europa, Gonçalves Dias foi a única vítima fatal de um naufrágio, ocorrido próximo à costa do Maranhão. Assim morreu aquele que José de Alencar afirmou ser “o poeta nacional por excelência, aquele a quem ninguém disputa na excelência da imaginação”.

 

O documento apresentado é uma carta de Gonçalves Dias endereçada ao escritor e historiador francês Ferdinand Denis (1798-1890), que tinha estado no Brasil quando jovem e escreveu vários textos sobre o país. Nela, o autor de “Canção do Exílio” comenta sobre seu estado de saúde e conta que mandou buscar um livro do escritor português, também historiador, Alexandre Herculano.

A carta está na Divisão de Manuscritos e pode ser consultada através da BN Digital pelo link http://objdigital.bn.br/…/div_man…/mss1233574/mss1233574.pdf

A gravura pertence ao acervo da Divisão de Iconografia, disponível emhttp://objdigital.bn.br/…/div_iconografia/i…/icon1387666.jpg

Documentos Literários | 3 de agosto – fim da tortura e da censura no Brasil

agosto 3, 2018

No dia 3 de agosto de 1988, a Assembleia Nacional Constituinte repudiou os excessos dos governos militares, inserindo na nova Constituição – a Constituição Cidadã — artigos que proibiam a tortura e garantiam a liberdade de expressão.

Para lembrar essa data, a Série Documentos Literários, contribuição da Divisão de Manuscritos, apresenta uma carta enviada pela Ed. Civilização Brasileira ao militar e intelectual Nelson Werneck Sodré. Seu autor, possivelmente um dos editores, que assina apenas com uma rubrica, lamenta que o Instituto Nacional do Livro – INL tenha vetado a dedicatória feita a Nelson Werneck Sodré por Martha Antiero, autora do livro “A Rede”. Em sua opinião, isso teria se dado por pressão do Serviço Nacional de Informações, o SNI, ou de outro órgão de controle de informações e publicações criado após o golpe de 1964, uma vez que Nelson Werneck Sodré era considerado “persona non grata” pelo regime.

A carta, de 1976, integra a Coleção Nelson Werneck Sodré e está disponível através do link da BN Digital: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss1353618/mss1353618.jpg

Coleção Percival Farquhar

agosto 1, 2018

A Coleção Percival Farquhar, custodiada na Divisões de Manuscrito da Fundação Biblioteca Nacional, é composta por 1610 documentos manuscritos, fotografias, plantas, mapas, que cobrem suas atividades empresariais e vida pessoal na primeira metade do século XX.

Farquhar (1864-1953) nasceu na Pensilvânia, nos Estados Unidos, e formou-se engenheiro na Universidade de Yale. Lançou-se no mercado latino-americano, investindo em segmentos empresariais como energia elétrica, bondes e construção de portos e ferrovias. No Brasil, foi pioneiro na construção de linhas férreas e de siderurgias, otimizando o processo de extração de minério de ferro, e ligando a produção siderúrgica ao litoral com vistas à exportação. Entre seus empreendimentos, destacamos a Brazil Railway Company, Cia. Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, Itabira Iron Ore Co., Companhia Brasileira de Mineração e Siderurgia e a Aços Especiais Itabira. Por sua atuação ligada aos investidores e ao mercado internacional, suscitou resistências nacionalistas que marcaram sua trajetória no país.

 

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Percival e Cathya Farquhar na inauguração dos altos-fornos da Companhia Aços Especiais Itabira (ACESITA). 1 fotografia: cópia em gelatina e prata, p&b; Timóteo (MG), 1950. Localização: ARQ. 1,4,1 (8)

 

O arquivo do engenheiro norte-americano Percival Farquhar (1864-1953) foi doado à Fundação Biblioteca Nacional em dois momentos: uma primeira remessa em 1953, por seu filho, Donald Farquhar, e um complemento posterior, em 1965, por seu biógrafo, Charles A. Gauld.

O acervo é composto de documentos técnico-administrativos referentes aos seus empreendimentos no Brasil, com atuação maciça nas áreas ferroviária, portuária e siderúrgica, e de documentos pessoais – em que prevalecem as cartas trocadas entre o empresário e os filhos, George, Gordon e Donald, além do irmão, Francis Farquhar. Além dos documentos textuais, há também documentos fotográficos, que retratam aspectos de um Brasil em vias de “modernização”, desenhos técnicos e documentos cartográficos. A documentação está dividida em doze séries, sendo elas: Correspondências, Brazil Railway Company, Itabira Iron Ore Company, Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, Estrada de Ferro Vitória a Minas, Companhia Vale do Rio Doce, Companhia Docas do Rio de Janeiro, Companhia Brasileira de Mineração e Siderurgia, Companhia Itabira de Mineração, Companhia Aços Especiais Itabira, Recortes e Documentos Fotográficos.

O processamento técnico do acervo completo acabou de ser concluído e todas as informações estão disponíveis na base de dados SophiA (http://acervo.bn.br/sophia_web/index.html) , podendo ser pesquisado por níveis de descrição ou pontos de acesso. Embora a documentação não seja de todo inédita, muitos itens ainda não foram trabalhados por pesquisadores e são de alta relevância ao estudo do processo de industrialização brasileira.

O acervo de Percival Farquhar traz importantes e inéditas contribuições para a compreensão do desenvolvimento industrial do Brasil e dá a dimensão pessoal desta história. Como exemplo desses documentos temos:

 

carta

Correspondências entre Percival Farquhar e seus filhos, Donald Farquhar e George Farquhar, sobre notícias pessoais, política internacional e suas empresas. 48 doc. (74 p.). 4 nov. 1935 a 28 fev. 1943. Localização: 27,01,009 nº001

 

 

perfil melhor

C. E. F. Victoria a Minas: perfil longitudinal da linha. [1932?]. Localização: I-33,06,008

 

Documentos Literários | Um bilhete de Alexandre Dumas, filho

julho 27, 2018

A Série Documentos Literários homenageia o escritor Alexandre Dumas, filho.

Natural de Paris, onde nasceu a 27 de julho de 1824, era filho ilegítimo do também escritor Alexandre Dumas, autor, entre outras obras, de O Conde de Monte Cristo e Os Três Mosqueteiros. Foi reconhecido pelo pai ainda criança e afastado do convívio com a mãe; isso o teria afetado emocionalmente e, mais tarde, inspirado a criar personagens femininas trágicas, tais como a Marguerite de seu romance mais conhecido, “A Dama das Camélias”.

 

Dumas, filho escreveu vários outros romances e peças teatrais, pelos quais conquistou um merecido reconhecimento. Em 1874 se tornou membro da Academia Francesa e em 1894 recebeu a comenda da Légion d´Honneur. Faleceu em Marly-Le-Roi, França, a 27 de novembro de 1895.

A Divisão de Manuscritos possui três bilhetes do escritor. O que aqui apresentamos integra a Coleção Adir Guimarães e está acompanhado de um bilhete em português cujo autor afirma ter conseguido o autógrafo com a dona do hotel em que se hospeda em Paris. Nesse bilhete, que não está datado, Dumas escreve a um amigo e afirma que está pronto a receber sua protegida, bastando que ela o avise sobre o dia e a hora em que poderá visitá-lo.

Documentos Literários: Homenagem ao Pai da Aviação

julho 20, 2018

A Série Documentos Literários, colaboração da Divisão de Manuscritos, homenageia Santos Dumont no seu aniversário.

Alberto Santos Dumont (Palmira, atual Santos Dumont – MG, 20 de julho de 1873 – Guarujá, SP, 23 de julho de 1932) foi aeronauta e inventor. Apaixonado por tudo que fosse mecânico, desde pequeno fez experiências com balões, locomotivas e outros engenhos. A leitura das obras de Júlio Verne em muito contribuiu para seu desejo de criar uma máquina capaz de se deslocar pelo ar, e com Camille Flammarion ele estudou a história da navegação aérea, acabando por se decidir pela França como base para seus estudos, práticas e invenções.

 

Em 1900, Santos-Dumont já havia criado vários balões e dirigíveis e feito dezenas de voos experimentais, nem sempre bem sucedidos. Mas mesmo seus fracassos o levavam a ir mais além. Em 1901, com o balão conhecido como N.6, ele venceu o Prêmio Deutsch, que lhe valeu reconhecimento e fama em âmbito internacional.

O 14-Bis, construído após uma série de tentativas e erros, foi – segundo os pesquisadores do Instituto Histórico da Aeronáutica – o primeiro avião mais pesado que o ar a conseguir decolar por seus próprios meios. Com ele, Santos Dumont voou a três metros do solo, percorrendo mais de 60 m em apenas seis segundos, no dia 23 de outubro de 1906. No dia 12 de novembro, tendo introduzido melhorias e consertado avarias na máquina, voou 220 metros, na mesma localidade parisiense de Bagatelle, e venceu o Prêmio do Aeroclube da França.

Com a saúde em rápido declínio, o inventor, ainda assim, se dedicou a algumas experiências. Residindo na França, fez observações astronômicas — o uso de telescópio lhe valeu uma acusação de espionagem por parte dos vizinhos –, inventou um motor portátil para esquiadores e projetou uma casa em Petrópolis, hoje Museu Casa de Santos Dumont. Sua convicção inicial de que os aviões poderiam servir a fins militares foi rapidamente abalada ao vê-los, efetivamente, transformados em arma de guerra. Segundo alguns pesquisadores, seu suicídio se deveu, ou pelo menos foi apressado pela angústia de ver que seu invento seria utilizado na Revolução de 1932.

Em 1956, o Brasil comemorou o cinquentenário do primeiro voo com um “Ano Santos Dumont”. A Biblioteca Nacional fez uma exposição reunindo seu acervo documental e iconográfico, acrescido de obras emprestadas por colecionadores, da qual publicou um catálogo. O exemplar pertencente à Divisão de Iconografia foi digitalizado e se encontra disponível na BN Digital através do link

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Documentos Literários | O Livro Mais Lido no Nordeste

julho 13, 2018

Em homenagem ao nascimento de John Dee (Londres, 13 de julho de 1527 – Richmond, 1608?), matemático, geógrafo, alquimista e astrólogo que serviu de conselheiro à Rainha Elizabeth I da Inglaterra, a Série Documentos Literários apresenta o Lunário Perpétuo, nome encurtado de uma obra muito popular no Brasil nos séculos XVIII e XIX.

Escrito originalmente em espanhol pelo astrólogo e matemático Jeronimo Cortez, natural de Valencia, o Lunário teve sua primeira edição em 1582, época em que a Astrologia era um campo do saber reconhecido pelos eruditos e amplamente difundido entre a população. Foram muitos os almanaques astrológicos que circularam na Península Ibérica nesse período, contendo informações sobre signos astrológicos e fenômenos astronômicos, mas, principalmente, calendários de festas e dias santos, meteorológicos, de tábuas da maré, lunares – enfim, informações utilíssimas para o dia-a-dia e para atividades como a navegação e a agricultura.

o livro mais lido do ne

 

A primeira edição portuguesa surgiu em 1703, com tradução de António da Silva e Brito e o título “O Non plus ultra do lunario e pronostico perpetuo, geral, e particular para todos os Reynos e províncias”. Trazido para o Brasil, o “Lunário Perpétuo” fez sucesso entre os leitores, principalmente no Nordeste, onde um bom prognóstico relativo às chuvas era essencial para a manutenção da atividade agrária e pastoril. Segundo Câmara Cascudo, foi o livro mais lido no Nordeste durante 200 anos, e ainda serviu de base para outros almanaques, tais como o “Juízo do Ano” e o “Almanaque do Horticultor” utilizados pelos “profetas das chuvas”, como eram conhecidos os andarilhos que percorriam o sertão anunciando a previsão do tempo.

o livro mais lido do ne 2

A Divisão de Obras Gerais da Biblioteca Nacional possui um exemplar do “Lunário Perpétuo”, pertencente a uma edição de 1805. A obra foi restaurada e digitalizada, e pode ser consultada na BN Digital através do link:

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_obrasgerais/drg1379068/drg1379068.pdf

Caso não consiga visualizar a obra completa online faça o download no mesmo endereço.

Documentos Literários | O “Sucessor de Eça” elogia o Príncipe dos Prosadores

julho 6, 2018

A Série Documentos Literários, colaboração da Divisão de Manuscritos, apresenta a apreciação do escritor português Carlos Malheiro Dias acerca de “Baladilhas”, livro de contos do brasileiro Coelho Neto.

Autor de mais de 120 volumes e alcunhado “Príncipe dos Prosadores”, Henrique Maximiano Coelho Neto (Caxias, MA, 1864 – Rio de Janeiro, 1934) teve seus escritos difundidos em Portugal através da Editora Lello & Irmão, que também publicou, entre outros brasileiros, João do Rio, Euclides da Cunha e Sérgio Romero. A elaborada construção de sua prosa, aliada a descrições e ao uso de termos considerados exóticos, agradou bastante aos críticos portugueses.

Um de seus admiradores, e interlocutor frequente, foi o historiador, diplomata e ficcionista Carlos Malheiro Dias (Porto, 1875 – Lisboa, 1941). Aclamado pela crítica como “sucessor de Eça de Queirós”, era monarquista convicto (ao contrário do republicano Coelho Neto) e se tornou mais conservador à medida que envelhecia. Residiu no Brasil, escreveu para jornais brasileiros, como o “Correio Paulistano”, e ocupou cargos importantes nas associações das colônias portuguesas, tendo expressado, ao longo de toda a vida, o desejo de que o Brasil e Portugal permanecessem unidos.

baladilhas

A Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional abriga várias cartas de Carlos Malheiro Dias, a maior parte delas pertencente à Coleção Coelho Neto. O documento que apresentamos integra a Coleção Literatura. Nele, o escritor português (que se assina apenas como Carlos Dias) não poupa elogios a “Baladilhas”, livro publicado pela primeira vez no Brasil em 1894, no qual, segundo afirma, a Forma encerra a Ideia “como uma garra de ouro segurando um brilhante, como uma custódia argêntea, refulgindo de lascas preciosas e encerrando a hóstia, como um tabernáculo entalhado em cedro e guardando um sacrário”.

O documento está digitalizado e pode ser consultado através do link:

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_manuscritos/mss_I_07_17_033/mss_I_07_17_033.pdf

FBN | Documentos Literários: Carta de Lima Barreto a um Positivista Francês

junho 29, 2018

A Série Documentos Literários, colaboração da Divisão de Manuscritos, apresenta a tradução do rascunho de uma carta enviada por Lima Barreto ao sociólogo e filósofo francês Célestin Bouglé, um republicano e positivista militante próximo de Émile Durkheim. A data provável de envio da carta (não há data, já que é um rascunho) é 1905 ou 1906. O mote para o envio da carta é o livro “La démocratie devant la science. Études critiques sur l’hérédité, la concurrence et la différenciation”, publicado em Paris em 1904.

 

lima barreto

 

Lima, após a leitura do livro, sentiu-se impelido a entrar em contato com o autor e ressaltar as contribuições dos mulatos (termo utilizado por Lima Barreto) para a vida cultural e científica do Brasil. Segundo ele, tratava-se de “dissipar certas opiniões falsas que o mundo civilizado tem sobre as pessoas de cor”. Lima apresenta-se ao francês, repassa sua origem e suas atividades então correntes, e esboça uma linhagem de intelectuais “mulatos” que começa no período colonial e vai até o início do séc. XX.

 

 

Segue a tradução feita por Hudson Rabelo, da Divisão de Manuscritos:

Escrevo-lhe, Sr., cheio de audácia, após terminar a leitura de seu livro – “A Democracia diante da ciência”. Peço que perdoes meus erros de francês. Envio esta carta para ofececer-lhe apontamentos sobre a atividade dos mulatos em meu país. Antes de mais nada, preciso dizer que sou mulato, jovem também, 25 anos, e que fiz meus estudos na Escola Politécnica do Rio, tendo deixado de continuar o curso (engenharia) para me entregar à literatura e ao estudo das questões sociais. Atualmente, sou redator em duas pequenas revistas do Rio, onde nasci, e trabalho no Ministério da Guerra.

Ao ler seu livro, observei que o Sr. é um amante dos [ilegível], e que pode servir-lhe a respeito dos mulatos do Brasil. Nas já notáveis letras brasileiras, os mulatos estiveram sempre bem representados. O maior de nossos poetas vicinais, Gonçalves Dias, era mulato; o mais estudado de nossos músicos, um Palestrina, José Maurício [Nunes Garcia], era mulato; os grandes nomes atuais da literatura, Olavo Bilac, Machado de Assis e Coelho Neto, são mulatos. A corrente mulata dura já um século e meio, desde Caldas Barbosa (1740-1800) e Silva Alvarenga (1749-1814) até Bilac, Neto e M. de Assis. Tivemos grandes jornalistas mulatos: José do Patrocínio (também farmacêutico), Ferreira de Menezes e Ferreira de Araújo, sábios, escritores, médicos, eruditos, etc.

Se quiser apontamentos mais elaborados, posso enviá-los em uma outra carta. Peço-lhe perdão por escrever tão mal na sua bela língua, mas me vi forçado a dissipar certas opiniões falsas que o mundo civilizado tem sobre as pessoas de cor.

Faço votos, sr. Bouglé, de que o sr. saiba ver nesta carta um desejo muito puro de verdade e de justiça, saído de uma pequena alma vibrante.

A carta, com muitas rasuras e que não está assinada, integra o Arquivo Lima Barreto, que está sob a guarda da Divisão de Manuscritos e recebeu o Registro Memória do Mundo da UNESCO em 2017. Encontra-se em exposição na mostra “130 anos de Abolição : Luta, Resistência e Consciência”, que ficará até agosto na sala da Divisão de Manuscritos, no 3º. Andar do prédio sede da Fundação Biblioteca Nacional.

 

FBN | Documentos Literários: Aniversário de Machado de Assis

junho 21, 2018

Por ocasião do aniversário de nascimento de Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 – 29 de setembro de 1908), a Série Documentos Literários, contribuição da Divisão de Manuscritos, apresenta o contrato de publicação da obra “Helena do Vale”, firmado com a Livraria Garnier.

 

machado de assi aos 25

Machado de Assis aos 25 anos – Acervo Iconográfico FBN

 

A empresa se estabeleceu em 1844, no Rio de Janeiro, como uma filial da livraria francesa Garnier Frères, pertencente a Auguste e Hippolyte Garnier. À sua frente estava o irmão mais novo de ambos, Baptiste-Louis Garnier (1823 – 1893). O estabelecimento, que viria a se tornar uma das mais importantes livrarias e editoras do Brasil no século XIX, mantinha uma equipe qualificada de redatores, revisores e tradutores e investia na edição de obras literárias. Assim obteve os direitos de publicação dos mais célebres escritores da época, apresentando ao leitor brasileiro as obras de Honoré de Balzac, Alexandre Dumas e Charles Dickens.

Entre os brasileiros se encontram nomes como os de José de Alencar, Olavo Bilac e João do Rio, sem esquecer Machado de Assis, que, além de publicar seus primeiros livros pela Garnier, trabalhou para a editora como revisor. Era também assíduo frequentador dos encontros literários que tinham lugar na livraria.

Este contrato se refere à primeira edição do livro “Helena do Vale”, hoje conhecido apenas como “Helena”. Tido como a obra mais romântica de Machado de Assis, o livro foi publicado inicialmente como folhetim no jornal “O Globo”, que circulou entre 1874 e 1883 – um período de grande agitação política, centrada principalmente nos debates abolicionistas. Apesar do seu teor combativo e de abrigar animadas polêmicas, como a que foi travada entre Joaquim Nabuco e José de Alencar a respeito de uma peça de autoria do último, “O Globo” também cedeu espaço ao romance folhetinesco, e “Helena” fez tanto sucesso que sua primeira edição em livro saiu no mesmo ano, 1876. A tiragem foi de 1.500 exemplares, impressos na tipografia do jornal, e o autor recebeu seiscentos mil-réis pelos direitos de impressão, comprometendo-se a não fazer outra edição da obra antes que a primeira se esgotasse, a não ser que comprasse os exemplares excedentes pelo preço cheio.

A partir dos primeiros anos da República, a Livraria Garnier entrou em declínio, tendo passado pelas mãos de vários donos e gerentes antes de fechar as portas definitivamente em 1934. Já “Helena” tem várias edições até hoje, foi adaptado para a televisão em três diferentes momentos e, em 2014, transformado em mangá pela NewPop editora.

O contrato se encontra na Divisão de Manuscritos, como parte de um conjunto adquirido por compra da Livraria Kosmos. Pode ser acessado pela BN Digital.

 

 

A amizade entre Machado de Assis e Joaquim Nabuco foi registrada em 1906 pelo fotógrafo Augusto Malta. Machado é o da esquerda, com os bigodes voltados para baixo. O documento está sob a guarda da Divisão de Iconografia e disponível na BN Digital clicando aqui.

 

FBN | 14 de junho de 2018 – Começa a Copa do Mundo

junho 14, 2018

Em 13 de julho de 1930, há aproximadamente 88 anos, a 1ª edição da Copa do Mundo tinha seu início. No Brasil, os jornais estampavam manchetes sobre o evento e através deles é possível viajar na história e ver como o primeiro Mundial de futebol foi noticiado.

O periódico “A Noite”, em 9 de julho de 1930, chama atenção para o envolvimento que a competição estava gerando em seu título: “Para o campeonato mundial – É enorme o interesse que vem despertando a realização do melhor certame”.

No mesmo jornal, em 11 de julho, foram destacados: “Trabalho intenso, impressões optimas, e espectativas de duvida, receio mutuo e empenho maximo”

 

 

A publicação seriada “O Diário Carioca”, em 6 de julho, faz a cobertura da chegada da seleção ao Uruguai trazendo o perfil de alguns jogadores. No dia 12 de julho, aborda a data do 1º jogo do Brasil e noticia a transmissão das partidas pelo rádio.

 

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Finalmente, o “Diário de Notícias” faz uma série de reportagens. No dia 7, traz uma entrevista com o chefe da embaixada brasileira falando sobre os motivos da participação do país no mundial. Dia 12 de julho, a notícia do início da Copa do Mundo rende a capa da seção de esportes, com o seguinte título: “Será inaugurada amanhã, com os jogos México x França e Estados Unidos x Belgica, a importante competição internacional de Montevidéo, em disputa do riquissimo trophéo denominado “Taça Mundial””. No dia seguinte, o jornal faz uma matéria falando das expectativas para o 1º jogo do Brasil. Dia 14, o dia do jogo, o jornal dedica uma página inteira à partida que aconteceria no dia e aos jogos que já ocorreram no dia anterior.

 

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Para acessar os periódicos e navegar por eles clique nos links abaixo:

A noite:

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O Diário Carioca:

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Diário de Notícias:

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